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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Longevidade no Brasil /Forum Salageo

"Longevidade no Brasil

O aumento da longevidade do Brasileiro é motivo de comemoração mas também de preocupação e planejamento . Veja a seguir por que?

No Censo passado, realizado há dez anos, o número de idosos era de 14,5 milhões (8% da população total). Hoje, o Brasil tem 18 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade, o que já representa quase 12% da população brasileira.

Apesar desse crescimento significativo de idosos, o dado mais relevante é que somos, pela primeira vez na história recente, uma nação com maior parcela da população adulta e em idade ativa, ou seja, um em cada cinco brasileiros tem entre 20 e 29 anos de idade, o que signifca dizer que por duas décadas o país terá as condições propícias para se desenvolver já que estará no auge da sua força produtiva, enquanto as crianças e os idosos (ambos dependentes daqueles que trabalham) representarão um porcentual menor na população. Esse fato é chamado “bônus demográfico”, pelo qual já passaram algumas nações que se tornaram ricas e desenvolvidas. A estrutura etária da população, que era uma pirâmide, passou a assumir a forma de uma gota.

Passada a euforia e aproveitadas todas as possibilidades de crescimento que o país pode alcançar nessas duas décadas seguintes por conta do “bônus demográfico”, deve-se voltar os olhos imediatamente para o rápido crescimento da população idosa, que em poucos anos irá mudar completamente esse atual quadro demográfico e, fará surtir efeitos significativos em todos os níveis da sociedade.

Mas o que tem feito o país crescer em número de idosos?

O envelhecimento da população brasileira é reflexo do aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade, e é acompanhado por mudanças dramáticas nas estruturas e nos papéis da família, assim como nos padrões de trabalho e na migração.

Para o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, “As projeções apontavam que em 2020 teríamos 1,8 filho por mulher. Em 2008, tivemos a informação que as mulheres brasileiras já têm, em média, 1,8 filho. Isso nos mostra que o Brasil está no meio de uma transição demográfica". “Se fizermos uma projeção para 2020, veremos que haverá perda de 30 milhões de brasileiros, ou seja, são menos pessoas trabalhando e mais pessoas idosas. Teremos que dar conta não só da aposentadoria como das políticas públicas para essas pessoas", explica Gabas.

Segundo o ministro, esse novo quadro ainda demonstra que as mulheres estão ocupando cada vez mais espaço no mercado de trabalho. "Isso é muito positivo para o país, mas traz o reflexo no número de filhos", avalia Gabas. "As pessoas estão se formando mais tarde, especializando-se mais e depois entrando no mercado de trabalho. Isso tem reflexo direto no crescimento da população".

Prevenção para evitar problemas futuros

Para ele, o mercado precisa se organizar e o Estado brasileiro tem que se preocupar com essa população que vai crescer em pouco tempo. "O comportamento da arrecadação reflete que há uma mudança e significa que temos uma Previdência equilibrada. É hora de conversar com a população para saber qual o tipo de Previdência que ela quer no futuro. Esse é um debate que precisa ser colocado e é uma questão necessária", destaca Gabas.

Para o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, em 2050 o Brasil apresentará uma estrutura etária muito semelhante à existente hoje na França: “Temos 40 anos de prazo para pensar soluções, porque o futuro sempre chega", afirmou.

Profundas mudanças em planejamento urbano

Os desafios que essas mudanças impõem são inúmeros, inclusive no planejamento urbano das cidades e na mudança do equipamento urbano para atender a uma população que envelhece rapidamente.

"Caminhamos para uma sociedade que vai parar de crescer, em que o estoque novo de brasileiros vai diminuir.

Ele destaca ainda que o Brasil: "É um país muito diferente do de 2000. Grandes cidades e estados já não crescem tanto. Longe de ser um sinal de estagnação, trata-se de um momento de maturidade."

Fonte:http://portaldoenvelhecimento.org.br

Atividade decorrente :Forum Salageo !!!!!

Como cita o presidente do IBGE no texto acima , temos 40 anos de prazo para pensar soluções pois o futuro sempre chega.

O Salageo abre este debate com dois questionamentos :

Até quando o nosso sstema previdenciário vai aguentar o peso do número de aposentados ( cada vez mais numerosos e por mais tempo no sistema), isto é vai quebrar ?Então as próximas gerações correm o risco não poderem se apopsentar? O que fazer ?

O presidente do IBGE diz ,no texto acima , temos 40 anos de prazo para pensar soluções pois o futuro sempre chega. Pense já e indique soluções realistas e de possível execução para que o aumento da longevidade no Brasil se torne um ponto positivo e motivo de comemoração.....

Regulamento básico :

outras perguntas poderão e deverão ser levantadas a qualquer momento do debate

Antes de postar um novo argumento leia o que os colegas já postaram .

vc poderá concordar ou discordar do argumento do colega mas, o respeito as propostas e argumentos dos outros participantes do forum faz parte da boa educação

Cada aluno poderá argumentar quantas vezes desejar . Não há limites para participação no forum

sábado, 13 de agosto de 2011

População brasileira / Censo 2010



O IBGE já divulgou resultados definitivos do censo 2010 e o Salageo vai publicá-los em pequenas postagens temáticas começando por esta que mostra o total da população brasileira atualmente, faz uma comparação com todos os resultados anteriores e ainda apresenta uma análise sucinta mas precisa da situação. Se você vai fazer vestibular , se liga ae!! Se você gosta de estar bem informado , se liga também !

"A população ( população absoluta) do Brasil alcançou a marca de 190.755.799 habitantes na data de referência do Censo Demográfico 2010 (noite de 31 de julho para 1º de agosto de 2010). A série de censos brasileiros mostra que a população experimentou sucessivos aumentos em seu contingente, tendo crescido quase vinte vezes desde o primeiro recenseamento realizado no Brasil, em 1872, quando tinha 9.930.478 habitantes. A década de 1940, predominavam altos níveis de taxa de fecundidade e mortalidade no País. Com a diminuição desta última em meados dos anos 1940 e a manutenção dos altos níveis de fecundidade, o ritmo do crescimento populacional brasileiro evoluiu para quase 3,0% ( período da explosão demográfica brasileira ) ao ano na década de 1950. No começo dos anos 60, os níveis de fecundidade começaram lentamente a declinar, queda que se acentuou na década seguinte. Esse fato fez com que as taxas médias geométricas de crescimento anual da população subsequentes também caíssem. Em comparação com o Censo 2000, a população do Brasil apresentou um crescimento relativo de 12,3%, o que resulta em um crescimento médio geométrico anual de 1,17%, a menor taxa observada na série em análise:

As regiões mais populosas foram a Sudeste (com 42,1% da população brasileira), Nordeste (27,8%) e Sul (14,4%). Norte (8,3%) e Centro-Oeste (7,4%) continuam aumentando a representatividade no crescimento populacional, enquanto as demais regiões mantêm a tendência histórica de declínio em sua participação nacional.

Os estados mais populosos do Brasil – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná – concentram, em conjunto, 58,7% da população total do País. São Paulo é o estado com a maior concentração municipal de população, onde os 32 maiores municípios (5,0%) concentram quase 60,0% dos moradores do estado. A menor concentração acontece no Maranhão, onde a população dos 11 maiores municípios, que também representam cerca de 5,0%, corresponde a 35,4% do total do estado."

Observe no mapa a seguir, quais as áreas mais densamente povoadas e quais as áreas de maiores vazios demográficos do país. Não houve mudanças consideráveis na distribuição da população brasileira de 2000 até hoje .

Regiões Norte e Centro-Oeste apresentam maior crescimento populacional

Entre 2000 e 2010, o crescimento populacional não se deu de maneira uniforme entre as Grandes Regiões e Unidades da Federação. As maiores taxas médias geométricas de crescimento anual foram observadas nas regiões Norte (2,09%) e Centro-Oeste (1,91%), onde a componente migratória e a maior fecundidade contribuiram para o crescimento diferencial. As dez Unidades da Federação que mais aumentaram suas populações em termos relativos se encontram nessas duas regiões, com destaque para Amapá e Roraima, que apresentaram um crescimento médio anual de 3,45% e 3,34%, respectivamente. As regiões Nordeste (1,07%) e Sudeste (1,05%) apresentaram um crescimento populacional semelhante. A região Sul (0,87%), que desde o Censo de 1970 vinha apresentando crescimento anual de cerca de 1,4%, foi a que menos cresceu, influenciada pelas baixas taxas observadas no Rio Grande do Sul (0,49%) e no Paraná (0,89%).

Fonte Sinópse censo 201o IBGE

Atenção alunos das terceiras séries!!

Imprimir esta postagem e levar para aula de Geo na semana de 8 e 9/8. A tividade abaixo será feita em classe

Trabalhando com o texto acima

Conceitue os termos técnicos demográficos assinalados em vermelho

1)Explique o que aconteceu no Brasil ,em termos de crescimento populacional , entre as décadas de 40 e 60 aproximadamente. Aponte causas e consequencias se houver.

2)Como vc explica o declínio do crescimento populacional do Brasil a partir da decada de 70?

3)Que previsões, quanto ao crescimento populacional, vc faria para o Brasil nas próximas décadas ?

4)Quais as áreas de maiores densidades demográficas no país? Apresente motivos que justifiquem

5)Quais as áreas de vazios demográficos no Brasil ? Apresente motivos que justifiquem.

6)Que regiões brasileiras atualmente apresentam maior crescimento populacional percentual ? Por que?

7)Tente explicar porque as regiões mais populosas do país são também as de menor crscimento percentual atualmente

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Migrações internas no Brasil

"A partir da década de 1980, o comportamento da mobilidade espacial da população sofreu importantes transformações nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. No Brasil, surgiram novos eixos de deslocamentos envolvendo expressivos contingentes populacionais, onde se destacam a inversão nas correntes principais nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, a redução da atratividade migratória exercida pelo estado de São Paulo, o aumento da retenção de população na região Nordeste, os novos eixos de deslocamentos populacionais em direção às cidades médias no interior do país, o aumento da importância dos deslocamentos pendulares (para trabalhar e/ou estudar), o esgotamento da expansão da fronteira agrícola e a migração de retorno para o Paraná." Fonte: IBGE

Sudeste perdeu potencial atrativo e Nordeste começou a reter população. Instituto cruzou informações da PNAD e dos Censos de 2000 e 2010
"A migração entre regiões do país perdeu intensidade na última década, e estados do Nordeste, além de reter população, começaram a receber de volta os que deixaram seus estados rumo ao centro-sul do país....Segundo o instituto, na última década começou a haver um movimento de retorno da população às regiões de origem em todo o país. A corrente migratória mais expressiva continua a ser entre o Nordeste e o Sudeste, mas houve redução. A região Nordeste foi a que apresentou o maior número de migrantes retornando para seus estados, seguida, em menor escala, pela região Sul..
informações sobre migrantes de retorno do IBGE (Foto: Arte/G1)
“Além de apresentar menor migração, diminuindo o número de pessoas que saem, o Nordeste começa a atrair população, com uma rede social melhor. Enquanto isso, o Sudeste, que já não recebia mais tantas pessoas, passa a ser também emissor, não só de migrantes, como também de quem é originário e está deixando essa região”, afirma Antônio Tadeu Ribeiro de Oliveira, um dos pesquisadores do instituto.

Enquanto São Paulo e Rio de Janeiro começaram a receber menos imigrantes na última década, estados antes considerados de grande evasão começaram a perder menos população, como Piauí e Alagoas. Já Bahia e Maranhão continuaram a ser classificados como regiões “expulsoras”, mas também diminuíram o fluxo.

Rio Grande do Sul foi o estado que apresentou maior número de migrantes de retorno do país, mas a taxa diminuiu em relação a 2004. Na Região Sul, o Paraná foi o estado que passou a receber mais migrantes. “Esse fenômeno de retorno também acontece em direção ao Paraná, mas em menor intensidade. São aqueles que haviam deixado o estado rumo ao Mato Grosso do Sul e ao Norte, em razão da expansão de fronteira agrícola, mas que começaram a retornar”, afirma o pesquisador.

Minas Gerais também aparece entre os que mais receberam migrantes de volta. "Em Minas, houve uma inversão na corrente migratória, que antes saía com direção ao Rio de Janeiro, e agora retorna, muito por conta da crise no RJ e do crescimento mineiro", avalia Oliveira.

Segundo o estudo, o fenômeno de retorno no país ocorre devido “à saturação dos espaços do início da industrialização no centro-sul”, que “reduz a capacidade de geração de emprego e de novas oportunidades ocupacionais, o que coloca o movimento de retorno na pauta das estratégias de reprodução e circulação dos migrantes”....O estudo também considera que o crescimento das cidades com menos de 500 mil habitantes, conforme dados do Censo 2010, pode ser creditado em parte às migrações. O instituto chama o fenômeno, que vem ocorrendo nas últimas três décadas, de “desconcentração concentrada” na distribuição populacional no Brasil.

Os municípios com 500 mil habitantes ou mais aumentaram em quantidade quando comparados com o ano de 2000, passando de 31 para 38. “Nós estamos vendo que as pessoas começam a migrar para o interior que está em desenvolvimento, em busca de oportunidades nas cidades médias”, afirma Oliveira.

Entre as cidades com altas taxas de crescimento (8% do total), nenhuma possui mais de 500 mil habitantes."

Fonte : G1

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Jovens e Idosos no Brasil /Censo 2010

Continuando com a série de postagens sobre os resultados do censo 2010 o salageo publica hoje a análise da Distribuição Etária da população brasileira atual



Diminui a proporção de jovens e aumenta a de idosos

"A representatividade dos grupos etários no total da população em 2010 é menor que a observada em 2000 para todas as faixas com idade até 25 anos, ao passo que os demais grupos etários aumentaram suas participações na última década. O grupo de crianças de zero a quatro anos do sexo masculino, por exemplo, representava 5,7% da população total em 1991, enquanto o feminino representava 5,5%. Em 2000, estes percentuais caíram para 4,9% e 4,7%, chegando a 3,7% e 3,6% em 2010. Simultaneamente, o alargamento do topo da pirâmide etária pode ser observado pelo crescimento da participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010.

Os grupos etários de menores de 20 anos já apresentam uma diminuição absoluta no seu contingente. O crescimento absoluto da população do Brasil nestes últimos dez anos se deu principalmente em função do crescimento da população adulta, com destaque também para o aumento da participação da população idosa.

A região Norte, apesar do contínuo envelhecimento observado nas duas últimas décadas, ainda apresenta uma estrutura bastante jovem, devido aos altos níveis de fecundidade no passado. Nessa região, a população de crianças menores de 5 anos, que era de 14,3% em 1991, caiu para 12,7% em 2000, chegando a 9,8% em 2010. Já a proporção de idosos de 65 anos ou mais passou de 3,0% em 1991 e 3,6% em 2000 para 4,6% em 2010. A região Nordeste ainda tem, igualmente, características de uma população jovem. As crianças menores de 5 anos em 1991 correspondiam a 12,8% da população; em 2000 esse valor caiu para 10,6%, chegando a 8,0% em 2010. Já a proporção de idosos passou de 5,1% em 1991 a 5,8% em 2000 e 7,2% em 2010.

Sudeste e Sul apresentam evolução semelhante da estrutura etária, mantendo-se como as duas regiões mais envelhecidas do País. As duas tinham em 2010 8,1% da população formada por idosos com 65 anos ou mais, enquanto a proporção de crianças menores de 5 anos era, respectivamente, de 6,5% e 6,4%.

A região Centro-Oeste apresenta uma estrutura etária e uma evolução semelhantes às do conjunto da população do Brasil. O percentual de crianças menores de 5 anos em 2010 chegou a 7,6%, valor que era de 11,5% em 1991 e 9,8% em 2000. A população de idosos teve um crescimento, passando de 3,3% em 1991, para 4,3% em 2000 e 5,8% em 2010."

Fonte IBGE

Veja como era a distribuição etária do brasil há 50 e 10 anos atrás ....

Agora veja como ela é hoje e a projeção para os próximos anos....



domingo, 26 de junho de 2011

Mais mulheres do que Homens no Brasil/ Censo 2010

"País tem 96 homens para cada 100 mulheres

Segundo o Censo Demográfico 2010, há no Brasil uma relação de 96,0 homens para cada 100 mulheres, como resultado de um excedente de 3.941.819 mulheres em relação ao número total de homens. Com este resultado, acentuou-se a tendência histórica de predominância feminina na população do Brasil, já que em 2000 o indicador era de 96,9 homens para cada 100 mulheres.

A diferença entre o número de mulheres e homens na população aumentou nos últimos 10 anos, informou nesta sexta-feira (29) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou os primeiros resultados definitivos do Censo 2010, realizado entre agosto e outubro de 2010, em 5.565 municípios brasileiros.

A diferença entre homens e mulheres, no entanto, não reflete o número de nascimentos. Hoje, nascem mais meninos que meninas nas maternidades. Essa relação, entretanto, muda na faixa dos 25 anos. A explicação: os homens estão mais expostos à violência e morrem mais jovens.

“Nascem mais homens que mulheres, mas a mortalidade entre os homens, mesmo a natural, é maior que entre as mulheres. A diferença da expectativa de vida ultrapassa seis anos. Contribui para essa distância a violência nos grandes centros urbanos brasileiros”, disse o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

A região Norte é a única que apresenta o número de homens superior ao de mulheres (relação de 101,8 para cada 100), sendo que todos os seus estados apresentam também razão de sexo superior a 100%. Nas demais regiões, as razões de sexos são as seguintes: Centro-Oeste, 98,6 homens para cada 100 mulheres; Sul, 96,3 homens para cada 100 mulheres; Nordeste, 95,3 homens para cada 100 mulheres respectivamente; e Sudeste, 94,6 homens para cada 100 mulheres.

Entre os estados, a maior razão de sexo está em Mato Grosso, com 104,3 homens para cada 100 mulheres. A Unidade da Federação que apresenta a menor razão de sexo é o Rio de Janeiro: 91,2 homens para cada 100 mulheres. Com exceção do Amazonas, todas as Unidades da Federação apresentam queda na razão de sexos entre 2000 e 2010.

Embora no conjunto da população do Brasil haja o predomínio feminino, em mais de 60,0% dos municípios observa-se um superávit masculino, fato decorrente das correntes migratórias. Entretanto tal predominância ocorre em municípios menos populosos. Cerca de 80,0% dos municípios com menos de 5.000 habitantes possuem mais homens do que mulheres em suas populações, ao passo que em todos os municípios com mais de 500 mil habitantes o número de mulheres é superior ao de homens."

Fonte: IBGE

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Urbanização no Brasil/Censo 2010

"O acréscimo de quase 23 milhões de habitantes urbanos resultou no aumento do grau de urbanização no Brasil , que passou de 81,2% em 2000, para 84,4% em 2010. Esse incremento foi causado pelo próprio crescimento vegetativo nas áreas urbanas, além das migrações com destino urbano.

Os critérios adotados para subdividir o espaço territorial brasileiro em áreas urbanas e rurais são baseados nas legislações de cada município brasileiro. As áreas urbanas são áreas internas ao perímetro urbano de uma cidade ou vila, sendo este perímetro definido por lei municipal. As áreas rurais são as áreas externas aos perímetros urbanos, que também são definidas po lei municipal.

Dentro de um perímetro urbano definido em lei municipal, podem existir áreas urbanizadas, áreas não urbanizadas e até mesmo áreas urbanas isoladas. Estas últimas são caracterizadas por serem separadas da sede municipal, ou distrital, por uma área rural ou por outro limite legal. Da mesma forma, as áreas rurais podem ser classificadas como aglomerados rurais de extensão urbana, povoados, núcleos ou outros aglomerados, todos eles também definidos por legislação municipal.

A região Sudeste continua sendo a mais urbanizada do Brasil, apresentando um grau de urbanização de 92,9%, seguida pelas regiões Centro-Oeste (88,8%) e Sul (84,9%), enquanto as regiões Norte (73,5%) e Nordeste (73,1%) têm mais de 1/4 dos seus habitantes vivendo em áreas rurais. Rio de Janeiro (96,7%), Distrito Federal (96,6%) e São Paulo (95,9%) são as Unidades da Federação com maiores graus de urbanização. Os estados que possuem os menores percentuais de população vivendo em áreas urbanas estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste, sendo que Maranhão (63,1%), Piauí (65,8%) e Pará (68,5%) apresentam os índices abaixo de 70%."

Fonte : sinópse IBGE Censo 2010

sábado, 23 de abril de 2011

País vira polo de pesquisa para empresas Multinacionais /Transnacionais


Atenção alunos das segundas-series !! Leia a notícia abaixo sobre um assunto que estudamos e debatemos em classe essas duas últimas semanas . O artigo as chama de de Multinacionais mas nós já sabemos que o termo mais adequado hoje é Transnacional, né?

"O ritmo consistente do crescimento da economia brasileira está cada vez mais atraindo empresas estrangeiras, que, de olho na expansão da classe média, têm planos que vão além de novas fábricas: incluem a criação de polos para desenvolver produtos e serviços. A nova estratégia, comemorada por especialistas, envolve segmentos como os de telecomunicações, cosméticos, computadores e petróleo. Segundo dados de empresas e da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), foram destinados para a criação de centros e laboratórios R$ 14 bilhões em 2010, número que deverá subir para R$ 17 bilhões este ano - alta de 21%. Do valor, boa parte é de multinacionais, dizem especialistas."Tecnopolo em Campinas

As áreas de investimento estão concentradas no eix0 Rio-São Paulo e incluem principalmente os setores de óleo e gás como o Parque Tecnológico da Ilha do Fundão,que contabiliza investimentos de 170 milhões e agora vai receber mais 150 milhões com a entrada de mais quatro empresas . A francesa L'Oréal está dobrando o seu centro de pesquisa, no Rio. IBM, GE, Volvo Aero, Intel, Clariant e Beurau Veritas, a americana Dell estão em vias de acertar até junho a construção de uma unidade São Paulo (SP). A espanhola Telefónica também investe milhões de euros em SP.
As criações feitas no Brasil nestes polos de pesquisa são levadas para o mundo. Nos centros, os cientistas desenvolvem as fórmulas que depois são exportadas. Muitos centros possuem minifábricas onde são produzidos os novos produtos, que irão passar por testes antes de chegarem ao mercado. Só depois é oficializada a fórmula. É importante ressaltar que esses tecnopolos absorvem mão-de-obra nacional incentivando assim, a formação de novos cientistas nas universidades de todo país e evita também a "fuga de celebros" processo tão comum no país nas últimas décadas .

Texto adaptado de oglobo 23/4/2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Commodities somam 69% das exportações brasileiras/2010

"A escalada de preços das matérias-primas no mercado internacional elevou a participação desses produtos nas exportações brasileiras para o maior nível em duas décadas. A fatia das commodities nas vendas externas atingiu 69,4% em 2010, ante 67,2% em 2009 e 51% em 2000, revela um estudo do banco Credit Suisse.

Apenas seis produtos - minério de ferro, petróleo, soja, açúcar, aço e celulose - responderam por 50% das exportações de US$ 201,9 bilhões em 2010. "É muito provável que o peso das commodities nas exportações brasileiras aumente neste ano, podendo chegar a 75%", prevê o economista-chefe da instituição e responsável pelo estudo, Nilson Teixeira.

Para calcular a participação das matérias-primas nas exportações, Teixeira considerou como commodities itens que passaram por algum tipo de processamento, como produtos siderúrgicos e açúcar, por exemplo, e não apenas os produtos tidos como básicos nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Teixeira prevê que as commodities continuem avançando na pauta de exportações baseado na boa maré dos preços das matérias-primas no mercado externo. Entre outubro de 2010 e fevereiro deste ano, as cotações das commodities exportadas pelo país aumentaram 17,5%, enquanto os preços das exportações em geral subiram 9,5% no mesmo período, aponta o estudo. O aumento de preços explicou 30% do crescimento da receita de exportação de produtos básicos no ano passado."

Fonte : G1oglobo.com 13/4/2011

terça-feira, 5 de abril de 2011

Economia do Brasil


O salageo não costuma publicar textos econômicos/técnicos dado sua complexidade não adequado ao estudo e interesse de alunos de ensino médio mas, hoje vai abrir um espaço e uma exceção para este texto bastante didático e atual perfeito para aqueles que desejam entender melhor o bom momento econômico que vive o país.
Vento a favor

A América Latina vive um momento raro. Cresce puxada pela demanda asiática por matérias-primas. México, Venezuela e países caribenhos estão de fora da festa. Mesmo assim, as exportações da região não chegarão ao nível asiático em itens de alta tecnologia. A economia mundial cresce em três ritmos diferentes: asiáticos, acelerados; latinos, puxados pela Ásia; e países industrializados, devagar.

Antes da crise de 2008, 50% do aumento da demanda mundial vinham de países emergentes. Hoje, segundo o BID, o percentual subiu para 75%. Houve uma clara mudança no crescimento mundial que beneficia a América Latina. Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Peru, Uruguai, Paraguai estão com taxas há muito tempo não vistas, pelo aumento das exportações de commodities, tanto metálicas quanto agrícolas. A Venezuela não cresce há dois anos e tem inflação de 30% ao ano. É o fracasso do modelo de Hugo Chávez. México e países caribenhos sentem a excessiva dependência das exportações para países industrializados, especialmente os Estados Unidos.

O consumo asiático de commodities melhora a balança comercial da América Latina. Ao mesmo tempo, a alta liquidez mundial busca rentabilidade em países com juros altos e perspectiva de crescimento do PIB. Segundo o BID, nunca houve fluxo de capitais tão forte para a região quanto agora. .... A participação da área no fluxo de capitais a mercados emergentes saiu de 12%, em 2006, para 25%, em 2009.

A boa notícia também esconde riscos. O Investimento Estrangeiro Direto (IED) deixou de ser maioria, e o capital especulativo, que antes era 33% do total, já representa 55%. O dinheiro farto e barato também estimula a formação de bolhas.....

...Os países da América do Sul solucionaram seus problemas de dívida externa com a alta das commodities. A Argentina exporta muito trigo, soja, milho. O Chile exporta cobre. O Peru, cobre, zinco e níquel. A Colômbia, carvão e café. O Chile foi o primeiro país a receber grau de investimento, depois foi o Peru, e em terceiro, o Brasil — explicou.

O mundo cresce a três velocidades: os emergentes asiáticos, muito fortes; os latino-americanos, a reboque, um pouco mais lentos; e os industrializados, ainda tentando recuperar o que perderam. Os Estados Unidos estão se saindo melhor, mas o consumo está 8% abaixo do nível que estaria não fosse a crise de 2008, segundo projeções feitas pelo BID. Os investimentos estão 29% menores e as exportações, 10% mais baixas, na mesma projeção. Na Europa, o consumo privado está 5% menor, enquanto investimento e exportações estão 21% menores. O Japão é uma incerteza só.

Essa desaceleração dos países industrializados teve impacto nas exportações chinesas..... A China compensou a queda do comércio externo com investimentos públicos. Os gastos do governo estão 24% maiores. As obras de infraestrutura, demandam commodities metálicas, que em parte exportamos.

Há quem considere que o problema é que a América Latina não consegue superar a sina de exportador de matéria-prima, que carrega desde os tempos de colônia. O economista Marcelo Nonnenberg, do Ipea, comparou as exportações da região com a dos asiáticos e concluiu que em termos de intensidade tecnológica, ainda estamos muito atrás, e sem perspectiva de reverter o quadro:

— Para os próximos 10 anos, em termos de exportações de alta tecnologia, a visão é pessimista. É preciso melhorias significativas na educação, investimentos pesados em ciência e tecnologia. Elas só trazem efeitos no médio e longo prazos.....

— Há duas diferenças grandes entre as regiões, que fizeram os asiáticos se desenvolverem mais. Primeiro, a proximidade com o Japão, que por ser um país de pequena extensão territorial, naturalmente as indústrias tiveram necessidade de se espalhar por países próximos, que também possuíam fortes laços culturais. Segundo, por décadas foram feitos altos investimentos em educação, em alguns países com início nos anos 50, como a Coreia do Sul. A América Latina ficou fora desse processo, muito voltada para dentro."

Miriam Leitão / trechos selecionados oglobo 4/4/2011

sexta-feira, 25 de março de 2011

Aquifero Alter do Chão na amazônia é o maior do Brasil?

De acordo com levantamentos científicos, o Aquífero Alter do Chão supera o volume de água do Aquífero Guarani, até então considerado o maior da América do Sul, localizado sob os solos do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. O Guarani tem 45 mil quilômetros cúbicos de água, cobre uma superfície de quase 1,2 milhões de quilômetros quadrados e 70,2% de sua área está localizada no Brasil - sua extensão espalha-se pelo subsolo de oito estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Enquanto isso, o aquífero situado na Amazônia ocupa três estados, tem uma reserva de água potável de 86.400 quilômetros cúbicos (aproximadamente 86 quatrilhões de litros) e espessura média de 575 metros. Como as informações disponíveis até o momento são preliminares, ele pode ser bem mais espesso, maior e volumoso do que isso. [...]Para Fernando Roberto de Oliveira, gerente de águas subterrâneas da Agência Nacional de Águas (ANA), é perfeitamente possível que o Aquífero Alter do Chão seja de fato o maior do planeta. No entanto, salienta que ainda não existem provas que confirmem isso com certeza absoluta. “Eu acho um tanto quanto cedo para se fazer esta afirmação. Os conhecimentos são preliminares. Vamos ter uma possibilidade de afirmar isso com mais segurança quando tivermos informações com maior nível de detalhes”, diz.

[...]O mapa abaixo mostra todos os aquíferos do país. Matta afirma que ele é a prova de que pouco se sabe sobre o potencial de aquíferos na região amazônica brasileira. A área em verde musgo mostra o suposto tamanho do Aquífero Alter do Chão.

Utilização e cuidados

As águas do Aquífero Alter do Chão já abastecem parte das cidades de Manaus, no Amazonas (dados apontam para 40%) e de Santarém, no Pará. Em trechos do material cedido à reportagem por um dos pesquisadores, fala-se na capacidade de “proporcionar água suficiente para indústria e agricultura”. Os cientistas apostam, portanto, nos diversos tipos de uso que se poderá fazer deste aquífero.

Para garantir que não haja superexploração, será feito um plano de uso e proteção do mesmo.[...]
O anúncio e a comprovação de que sob os solos da Amazônia encontra-se a maior quantidade de água doce do mundo pode fazer saltar os olhos de muitos. Especialmente porque de toda água existente no planeta, menos de 1% estaria de fato disponível para o consumo humano. Outro dado importante é que toda água que pode ser vista na Amazônia (rios, chuvas, lagos) representa apenas 16% do total existente – 84% estão no subsolo. [...]

Vantagens no uso de aquiferos

De acordo com os cientistas, existem algumas vantagens do uso de aquíferos para o abastecimento de cidades em relação a águas superficiais. “A água é limpa, não requer tratamento. A construção de poços causa menos impacto ambiental, é [...] Outras duas vantagens seriam o fato de águas subterrâneas não ocuparem espaço na superfície e sofrerem menor influência nas variações climáticas, conforme explica o livro Aqüífero Guarani[...]
Apesar de estarem no subsolo a pequenas ou grandes profundidades, a água de aquíferos pode ser contaminada caso em suas proximidades sejam construídos lixões, fossas, cemitérios e grandes lavouras. “Em outra comparação com águas superficiais, se um aquífero é mais difícil de contaminar, também é mais complicado descontaminar. No caso do Aquífero Alter do Chão, já temos conhecimento de processos contaminantes que, se nada for feito, poderão alcançar as águas do subsolo”, diz Matta. Na dúvida, o mais coerente é proteger a área deste aquífero da melhor forma possível. Afinal, nele pode estar a maior quantidade de água doce (e potável) da Terra.

Fonte : Trechos selecionados de http://oecoamazonia.com/br/reportagens/brasil/61-no-subsolo-da-amazonia-eis-o-maior-aquifero-no-mundo

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Concentração do PIB nas capitais brasileiras

OBS: PIB = Produto interno bruto. Corresponde a soma das riquezas produzidas em um local (município, estado, país) durante um ano e geralmente calculadas em dólares. Essas riquezas são geradas nos três setores da econômia a saber : Primário ( produção de matéria prima) Secundário ( transformação) e Terciário ( prestação de serviços)

De toda a renda gerada pelo Brasil em 2008, 24,9% se concentraram em seis municípios, aponta a pesquisa "PIB dos Municípios Brasileiros 2008", divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as cidades com maior participação no PIB, São Paulo continuou com folga na liderança, com 11,8% de participação, enquanto o Rio de Janeiro vem a seguir, com 5,1%. Completam a lista das seis cidades com maiores PIBs do país, Brasília, com 3,9% do total do país, Curitiba, com 1,4%, Belo Horizonte, com 1,4%, e Manaus, com 1,3%.

Quanto menos desenvolvida é a região do país mais concentrado é o Pib em poucos municípios Na região Norte, sete municípios agregaram 50% do PIB de toda a região, sendo que apenas Manaus respondia por 25% do total. No Nordeste, 23 cidades acumulavam 50% do PIB, sendo que as nove capitais respondiam por 34%. No Sudeste, 13 municípios tinham fatia de 50% do total de riquezas produzidas na região, enquanto no Sul eram necessárias 27 cidades para agregar metade do PIB. No Centro-Oeste, Brasília respondia, sozinha, por 42,1% do PIB da região, enquanto 16 outros municípios tinham fatia de 50%.

O menor PIB do país em 2008 foi de São Miguel da Baixa Grande, no Piauí, seguido pelo também piauiense Santo Antônio dos Milagres, pelo tocantinense São Félix do Tocantins, por São Luís do Piauí, e pela paraibana Areia de Baraúna. Juntos, os cinco municípios representavam 0,001% do PIB brasileiro em 2008.

De 2007 para 2008, Campos dos Goytacazes (RJ) apresentou o maior ganho de participação percentual no PIB do país, entre os municípios com pelo menos 0,5% do PIB nacional, devido ao aumento de produção de petróleo e gás natural e à alta do preço do petróleo, em reais.

Fonte: texto adaptado de oglobo 11/12/2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Analfabetismo no Brasil /2009

Uma pesquisa divulgada pelo Ipea, nesta quinta-feira, mostra que o Brasil tinha no ano passado mais de 14 milhões de analfabetos acima dos 15 anos, o equivalente a 9,7% da população nesta faixa etária. A maior parte dos analfabetos com 15 anos ou mais está concentrada nas regiões Nordeste (18,7%) e Norte (10,6%). As menores taxas estão na Região Sul (5,5%) e no Sudeste ( 5,7%). No Centro-Oeste o percentual de pessoas acima de 15 anos que não sabem ler e escrever é de 8%. Alagoas é o estado com o maior índice de analfabetismo nesta faixa etária (24,6%), enquanto Amapá possui o menor percentual (2,8%). O estado, aliás, foi o destaque da pesquisa: entre 2004 e 2009, reduziu em 65,8% a taxa de analfabetismo. No Sudeste, o menor índice é o do Rio de Janeiro, com 4%. Na região, foi também o estado que mais diminuiu a taxa no intervalo pesquisado.

O estudo revela que maior número de analfabetos brasileiros tem 65 anos ou mais , cerca de 30,8% deste total.O estudo revelou ainda que o analfabetismo é maior nas áreas rurais (22,8%) do que nas urbanas (7,4%), entre negros e pardos (13,4%) do que entre brancos (5,9%), entre homens (9,8%) do que mulheres (9,6%). Apesar destas diferenças, é na renda que está a maior disparidade. O analfabetismo entre pessoas que se situam na faixa de renda familiar per capita maior que três e menor do que cinco salários mínimos é cerca de 20 vezes menor que as pertencentes à faixa de até um quarto de salário mínimo.

A pesquisa do Ipea calculou também o número de analfabetos funcionais, que no Brasil são aqueles que têm menos de quatro anos de estudo e, embora saibam ler e escrever, têm dificuldade de entender um texto, por exemplo. Já são 15,6 milhões de pessoas acima dos 15 anos nesta condição, o que representa uma taxa de 10,7%.

Os analfabetos funcionais estão concentrados nas regiões Norte (12,6%) e Nordeste (12,4%). O Centro-Oeste tem a terceira maior taxa (10,6%), seguido pelo Sul (10,6%) e Sudeste (9,6%). Quando são comparados os dados relativos aos estados, nota-se a acentuação das desigualdades. O pior estado no ranking, é o Piauí, e o melhor, o Distrito Federal.

O Ipea faz uma ressalva: a taxa de analfabetismo funcional tende a ser afetada pela redução do analfabetismo, já que uma parcela considerável dos que se alfabetizam ingressa na categoria de analfabetos funcionais.

A pesquisa comparou a situação do analfabetismo no Brasil e em outros países do mundo, com base em dados da Unesco. O país está abaixo de países da América do Sul, como o Chile (1,4%), Uruguai (1,8%) e Colômbia (6,6%).

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Expectativa de Vida e Mortalidade Infantil no Brasil

" Em 2009, a esperança de vida ao nascer no Brasil alcançou os 73,17 anos e segundo Revisão 2008 da Projeção da População do Brasil, poderá chegar a 81,29 anos em 2050. Já a mortalidade infantil caiu de 69,12 para 22,47 óbitos por mil nascidos vivos, desde 1980. A taxa de mortalidade infantil obteve importantes reduções no período: em 1980, correspondia a 69,12 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos e, em 2009, passou, para 22,47%0.
Diferença de mortalidade entre homens e mulheres jovens mais do que duplicou entre 1980 e 2009
Em 1980, os homens tinham duas vezes mais chances de falecer aos 22 anos de idade que as mulheres. Vinte e nove anos depois, a sobremortalidade masculina mais que duplicou: a relação entre as chances de falecer antes de completar os 23 anos de idade foi estimada em 1 (um) óbito feminino para 4,5 mortes masculinas.
Como óbitos de natureza violenta atingem com mais intensidade a população masculina, a conseqüência direta é o aumento do diferencial entre as expectativas de vida de homens e mulheres. Em 2009, a esperança de vida masculina alcançou 69,42 anos, 9,76 anos (9 anos, 9 meses e 4 dias) a mais em relação a 1980. Já para as mulheres a vida média ao nascer foi de 77,01 anos, ou 11,26 anos (11 anos, 3 meses e 4 dias) a mais em relação a 1980.


Meta do milênio para a mortalidade infantil deve ser atingida em 2015
Até 2015, o Brasil deverá cumprir o quarto dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, traçados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD): a redução em dois terços da mortalidade infantil prevalecente por volta de 1990. Se o declínio da taxa de mortalidade infantil não for interrompido, espera-se para daqui a cinco anos uma taxa de 15 óbitos de menores de um ano para cada mil nascidos vivos."
Veja a seguir uma tabela que mostra alguns paises de diferentes graus de desenvolvimento e seus indicadores. Observe os dados brasileiros e tire as suas conclusões...
Fonte: IBGE

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Censo 2010 /População do Brasil

"O Brasil tem 190.732.694 milhões de habitantes. O dado preciso acaba de ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no balanço final do Censo 2010, que está sendo apresentado, neste momento, no Rio. A divulgação de hoje apresenta os dados definitivos referentes à população, a distribuição por sexo e entre zona rural e urbana. A região Sudeste continua sendo a mais populosa do Brasil, com 80,35 milhões. São Paulo lidera com 41,25 milhões de habitantes. O número de mulheres continua sendo maior que o número de homens, no Brasil. Para cada 100 mulheres, existem 95,9 homens.Nos cerca de 4 meses de levantamento, trabalharam 230 mil pessoas, dos quais 191 mil recenseadores."

Confira abaixo a evolução da população brasileira em todos os Censos:

Fonte : Vejaonline

Observações

# Há uma desaceleração do crescimento populacional no Brasil nas últimas décadas , fato que pode ser comprovado com os percentuais calculados entre um censo e outro :

Entre 2000 e 2010 / crescimento total = 12%

Entre 1991 e 2000 / Crescimento total =16%

Entre 1980 e 1991 /crescimento total= 23%

# A fase de maior crescimento populacional, verificá-se entre os anos 50 e 60 = 35% e os anos 60 e 70 =32% . Este período é conhecido como " Explosão Demógrafica" e tem como principal causa do crescimento aceleradoda população, a queda brusca da mortalidade em função das melhorias médico-sanitárias ( vacinação, popularização do uso de maternidades, acesso a antibióticos , tratamento de água e esgoto) implantadas no país nesta época concomitantemente com a manutenção das altas taxas de natalidade .

# O menor crescimento populacional verificado atualmente está em acordo com a queda das taxas de fecundidade da mulher brasileira que hoje inserida no mercado de trabalho, torna-se mais independente e possui fácil acesso ao uso de métodos contraceptivos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Taxas de Analfabetismo no Brasil

O Brasil ainda tem 14,1 milhões de analfabetos entre a população com mais de 15 anos, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este total de pessoas representa 9,7% da população, 0,3 ponto percentual a menos que a taxa de 2008, que foi de 10% (14,247 milhões de pessoas).
Desde 2004, quando o levantamento começou a ser realizado, a queda foi de 1,8 ponto percentual.
Considerada uma meta do Plano Nacional de Educação (PNE) que deveria ter sido atingida até 2010, a erradicação do analfabetismo está ainda mais distante quando se observa os dados do Nordeste. Na região, embora a redução da taxa entre 2004 e 2009 tenha sido de 3,7 pontos percentuais, o índice é de 18,7%, maior que o percentual brasileiro há 18 anos, quando o IBGE calculou o dado em 17,2%. Nas regiões Sul e Sudeste, onde a taxa é mais baixa, 5,5% e 5,7% das pessoas com mais de 15 anos ainda não sabem ler ou escrever.Agora é com você aluno das segundas séries do C.E.Vicente Jannuzzi .Responda aí nos comentários :

Que estados ou regiões apresentam maiores taxas de analfabetismo? Por quê?

Que estados ou regiões apresentam menores taxas de analfabetismo? Por quê?

Analise a evolução das taxas de analfabetismo no Brasil entre 1992 e 2009.

Não esqueça de deixar o nome completo, número e turma

Taxa de Escolarização / Brasil

A Taxa de escolarização calcula o percentual de pessoas (crianças, jovens eedultos matriculados em estabelecimentos escolares). Quem calcula esse dado é o IBGE num levantamento periódico feito pela Pesquisa nacional por Amostra de Domicílios o Pnad.
Veja os resultados apresentados na última Pnad de 2008 :

"A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008 registrou um aumento de quase 0,5 pontos percentuais na taxa de escolarização da população na faixa etária de 6 a 14 anos de idade. De acordo com a pesquisa, o indicador passou de 97%, em 2007, para 97,5%, em 2008.

O IBGE informou também que as taxas de escolarização nas cinco grandes regiões observadas (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) variaram de 96,1% na região Norte para 98,1% na região Sudeste, dentro da mesma faixa etária.

Conforme o Pnad, a escola pública atendia cerca de 79,2% dos estudantes de 4 anos ou mais de idade. Para os ensinos fundamental e médio, a maioria expressiva desta população - 88,0% e 86,5%, respectivamente - estava na rede pública. Já no ensino superior, o quadro era o oposto: em torno de 76,3% dos estudantes de nível superior dependiam da rede particular. Este número aumentou 0,4% em um ano.

No entanto, segundo constatou a pesquisa, este indicador se mostrou diferenciado entre as regiões. Na Região Norte, a proporção de estudantes em escolas privadas era inferior à verificada nas demais regiões, em todos os níveis de ensino."

Um dado que deve ser resaltado é o aumento na proporção de matriculados com queda no número absoluto explicado, segundo o IBGE pelo envelhecimento da população e diminuição nas taxas de fecundidade no país .

Também houve aumento na taxa de escolarização das crianças de 4 e 5 anos, de 70,1% em 2007 para 72,8% em 2008. Em números absolutos, mais 73 mil crianças desse grupo etário entraram na escola no período, indo de 4,124 milhões para 4, 197 milhões de estudantes. Nas demais faixas etárias, houve queda: de 30,9% (7,3 milhões) para 30,5% (7, 082 milhões) de 18 a 24 anos, e de 5,5% para 5,3% (5,83 milhões para 5,771 milhões) para 25 anos ou mais. Para técnicos do IBGE, porém, o recuo nessas faixas não é negativo: os brasileiros estariam passando a frequentar a escola nas faixas etárias “corretas”, com a redução na defasagem idade-série.O processo explicaria o crescimento da proporção de matrículas de mais jovens – que permaneceriam mais tempo no ensino – e redução na proporção de alunos mais velhos (já que menos estudantes entrariam nas faculdades depois do “tempo” correto)."

Agora é com você aluno das segundas séries do C.E.Vicente jannuzzi, responda aí nos comentários:

Analise o atual percentual de escolarização na faixa de ensino obrigatório no país ( 6 ao 14 anos)

Analise a participação da escola pública e/ou particular , por faixa de ensino no geral do Brasil

Como você explica o aumento na proporção de matriculados com queda no número absoluto ?

O forte crescimento nos percentuais de escolarização no Brasil das últimas décadas foi também acompanhado pelo crescimento da qualidade do ensino no país ?

Não esqueça de deixar nome completo, número e turma

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Taxa de Fecundidade no Brasil

Atenção todos os alunos da professora cristina Ramos . Leia a notícia abaixo e depois vá até os comentários e responda as questões propostas . Argumentações corretas não repetidas ( feitas já por outros alunos) receberão pontos extras ainda neste bimestre .
A Síntese dos Indicadores Sociais, publicada nesta sexta-feira pelo IBGE, sobre os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, indica que o Rio de Janeiro é o estado com a menor taxa de fecundidade do Brasil, com 1,63 filho por cada mulher. O índice está abaixo da média nacional de 1,94 filho/mulher e muito aquém da taxa de reposição de população, ou seja, o número de filhos necessários para que a população não encolha, que é de dois filhos por mulher.

Em Minas Gerais, o índice é de 1,67 filho por mulher. Os estados do Acre (2,96) e Amapá (2,87) têm as maiores taxas.

A mudança do padrão entre gerações é refletida na redução da taxa de fecundidade da mulher brasileira ao longo dos anos. Em 2000, a taxa média nacional era de 2,39 filhos por mulher. Hoje é de 1,94. Em 30 anos, houve uma queda da fecundidade de cerca de 55%, ou seja, cada mulher tem, a menos, 2,5 filhos agora do que em relação a 1980 - afirma Ana Lúcia Saboia, coordenadora da pesquisa.Ela lembra que as diferenças regionais antes, contudo, eram maiores: em, 1980, a taxa de fecundidade do Rio era de 2,94 e a do Amapá estava em 6,97.

Argumente aí nos comentários :

Por que as taxas de fecundidade caíram tanto, no país, nas últimas três decadas?

Por que Rio de janeiro e Minas Gerais tem taxas abaixo da média nacional ?

Por que Amapá e Acre tem as taxas mais elevadas ?

Qual a tendência futura para as taxas de fecundidade da população brasileira e também para o crescimento da população no país ?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

No Brasil, erradicar o analfabetismo é tarefa da natureza, não da educação


"Dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam uma informação já conhecida: na área de educação, o Brasil ainda tem o grande desafio de erradicar o analfabetismo. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad 2009, 9,7% das pessoas com 15 anos ou mais não sabia ler ou escrever - o que corresponde a 14,1 milhões de brasileiros. Em relação ao ano anterior, quando a taxa foi estimada em 10%, houve redução de apenas 1% - só 0,3 ponto porcentual. De 2004 para 2009, a cifra caiu 1,8 ponto porcentual.[...]

A taxa elevada de analfabetismo assusta. Pior: a velocidade com que ela é reduzida não é animadora, de acordo com Cláudio de Moura Castro, especialista em educação e colunista de VEJA. "O analfabetismo brasileiro está concentrado na população mais velha, e parte dessa população morre a cada ano: por isso, a taxa diminui pouco a pouco, lentamente, e a evolução vem mantendo o mesmo ritmo de queda", diz.

O especialista questiona, assim, o sucesso da própria política educional em seu objetivo de erradicar o analfabetismo. "Hoje, temos programas de alfabetização para jovens e adultos, mas eles têm um impacto muito pequeno nessas estatísticas, não podem ser apontados como responsáveis pela queda do número de iletrados", afirma. Por essa razão, alerta o especialista, extinguir o analfabetismo será uma tarefa da natureza, a ser realizada por meio do óbito das parcelas mais velhas da população.

Outro dado também deve ser levado em conta: como quase 100% das crianças na escola, apenas uma parcela muito pequena dos jovens hoje é considerada analfabeta. Contudo, o fato de estarem na escola não garante uma alfabetização completa. Segundo dados do próprio Pnad, a taxa de analfabetismo funcional entre pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 20,3% - 0,7 ponto porcentual menor do que a verificada em 2008 e 4,1 pontos porcentuais menor do que a de 2004. Essas pessoas não frequentaram a escola por mais de quatro anos.

Segmentação - A maior concentração de analfabetos ocorre entre os brasileiros que têm 25 anos ou mais: 92,6% deles estão nesse grupo. Entre as pessoas que têm 50 anos ou mais, a taxa chega a 21%. "Essa é uma parte da população que não teve condições de se educar e que hoje ainda tem dificuldade para deixar esta condição", afirma Cimar Azeredo Pereira, gerente de integração da Pnad.

O Nordeste é a região que apresenta a maior concentração de iletrados do país, com 18,7%. Já o Sudeste, tem a menor taxa: apenas 5,5%, ou 4,7 pontos porcentuais a menos que a média nacional."

Fonte : veja on line

Envelhecimento da população brasileira, Taxa de fecundidade e Distribuição Étnica

Depois de anos seguidos de queda , a taxa de fecundidade no Brasil volta a crescer. Observe os dados a seguir :


Taxa de fecundidade no Brasil, por ano
2001- 2,33
2002 -2,26
2003- 2,14
2004- 2,13
2005- 2,06
2006- 1,99
2007 -1,95
2008- 1,89
2009- 1,94



Como consequência direta da queda nas taxas de fecundidade nesta última década, o Brasil entrou num processo de envelhecimento da população, fato que pode ser constatado pelo quadro a seguir :
" A tendência de envelhecimento da população observada nos últimos anos foi refletida no crescimento da participação dos grupos etários.
A participação dos grupos compreendidos por pessoas de 0 a 24 anos totalizou 41,6% (79,8 milhões) em 2009; no ano de 2004, essa proporção foi de 46,3%. Em 2009, os grupos de idade de 25 a 39 anos, 40 a 59 anos e 60 anos ou mais corresponderam a 23,7% (45,4 milhões), 23,4% (44,8 milhões) e 11,3% (21,7 milhões), respectivamente, da população. Em 2004 foram, respectivamente, 22,9%, 21,1% e 9,7%.

No que se refere à cor ou raça, a população residente brasileira era composta, em 2009, por: 48,2% de pessoas que se declararam brancas; 6,9%, pretas; 44,2%, pardas; e 0,7%, amarelas e indígenas. Em relação a 2004, observou-se crescimento de dois pontos percentuais na proporção das pessoas que se declararam pardas, enquanto entre aquelas que se declararam brancas houve redução de 3,1 pontos percentuais. Regionalmente, as características conhecidas se mantiveram: na Região Sul, as pessoas brancas correspondiam a 78,5% da população residente e, nas Regiões Norte e Nordeste, as pessoas pardas atingiram 71,2% e 62,7% das respectivas populações residentes."

Fonte :Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

sábado, 28 de agosto de 2010

Os Negros Rumo ao Topo


"Uma nova pesquisa revela que a população negra está ascendendo em velocidade jamais vista no Brasil e a educação superior tem sido um motor decisivo "
ROBERTA DE ABREU LIMA - revista VEJA

"Os negros chegaram ao topo da pirâmide social brasileira nos últimos dez anos em velocidade superior à de qualquer outro grupo de pessoas identificadas pelo Instituto Brasileiro de Geogratia e estatistica (IBGE) de acordo com a cor da pele. Enquanto o grupo de pessoas negras que atingiram o patamar de renda familiar mensal superior a 7000 reais cresceu 57%, o de indivíduos que se declaram brancos com os mesmos ganhos aumentou 17%. Esses dados constam de uma nova pesquisa da Fundação Getulio Vargas. Eles coroam um movimento de emergência social dos brasileiros negros que começou há cerca de dez anos"....
Típico representante do grupo, o engenheiro Sérgio Resende, 39 anos, não partiu exatamente do zero. Seus pais já haviam ascendido à classe média na cidade de Amargosa, no interior da Bahia, mas ele pertence à primeira geração do clã a conseguir ingressar numa universidade. Virou alvo de admiração. Hoje à frente de uma produtora musical em São Paulo, com faturamento superior a 3 milhões de reais por ano, Resende diz: “Reconheço que minha corrida teve um ponto de partida bastante favorável”.

A trajetória dos negros que hoje alcançam o topo é inédita não apenas pela quantidade de pessoas, mas também pelos caminhos seguidos para chegar lá. Tornou-se um estereótipo vazio e um dado insignificante em termos estatísticos a figura do negro que enriquece jogando futebol ou cantando e compondo. Os integrantes da nova classe alta chegaram ao ponto mais alto da pirâmide sem ter vindo ao mundo dotados de talentos incomuns. Eles simplesmente começaram sua trajetória ascendente de um patamar mais elevado, uma conquista de seus pais. São filhos e filhas de famílias que ascenderam socialmente há mais tempo. Essa é a característica comum aos personagens que ilustram as páginas desta reportagem. Não é a única. Ter tido acesso ao ensino superior foi também um fator poderoso de progresso pessoal.

No que diz respeito à universidade, tanto negros quanto brancos se beneficiaram de um fenômeno recente: a acirrada competição entre grupos de ensino superior que derrubou, em média, para a metade o custo das mensalidades. Mas, nessa subida da maré, nota-se uma diferença estatística marcante entre os dois grupos. Enquanto o número de brancos universitários dobrou, o de negros mais que triplicou nos últimos dez anos. Resume o economista Marcelo Neri, autor do estudo da FGV: “A educação superior está funcionando como um potente motor para a mobilidade social dos negros brasileiros em direção às camadas mais altas”.

Qual o papel das cotas e de outras políticas públicas especificamente destinadas às pessoas que se declaram negras no Brasil? Os estudos mostram que, por melhor que seja a intenção dos legisladores, os benefícios reais da intervenção estatal protetora foram inexpressivos. Os negros ascenderam pelo mérito e esforço individuais. No ensino superior, apenas oitenta de mais de 2 000 instituições adotam sistemas que beneficiam os negros, todas elas experiências que datam de 2002 para cá. “São ações isoladas e recentes demais para surtir qualquer efeito estatístico”, afirma o economista André Urani, um conhecido especialista no assunto. É interessante como essas ações estatais são superestimadas por seus promotores e pelos grupos de pressão que forçam sua aprovação.[...]
Uma das mais extensas pesquisas realizadas nos Estados Unidos para avaliar o efeito das medidas de ação afirmativa foi conduzida pelo economista negro Thomas Sowell em 2004. O estudioso comparou os resultados com experiências semelhantes levadas a cabo em quatro outros países, Índia, Malásia, Sri Lanka e Nigéria. Suas conclusões formam o mais racional e desapaixonado conjunto de razões para não adotar sistemas de cotas e outras leis discriminatórias. São elas:

• A ideia de temporariamente favorecer um grupo de pessoas em razão de sua raça é o primeiro passo para a eternização do racismo.

• Grupos não beneficiados pelas cotas são encorajados a cometer fraudes para obter as mesmas vantagens.

• A triagem por raça tende a favorecer os negros ricos, em prejuízo dos brancos mais pobres.

• O esforço em busca do maior desempenho individual é desencorajado tanto para negros (por desnecessário) quanto para brancos (por inútil), em prejuízo de toda a sociedade.

Os negros brasileiros que venceram obstáculos com sua própria força figuram também entre os críticos mais lúcidos das medidas de ação afirmativa. Formado em engenharia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em finanças e com uma bem-sucedida carreira em multinacionais, o carioca André Oliveira, 52 anos, é um exemplo. Diz ele: “As cotas são um incentivo ao comodismo, e eu acredito na meritocracia. Varei muita madrugada para chegar onde estou”.

Além de revelar o ingresso dos negros nos estratos mais altos, o estudo da FGV registrou sua movimentação para cima por todos os estratos da pirâmide. É uma notícia animadora. Finalmente, os brasileiros de raça negra começam a acertar os ponteiros históricos com os brancos. A desvantagem comparativa acumulada ainda é grande. A taxa de analfabetismo entre os negros é de 13%, o dobro da dos brancos. No mercado de trabalho, essa desproporção se repete. Um levantamento feito pelo Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), de São Paulo, mostrou que apenas 5% dos cargos de decisão nas grandes empresas são ocupados por executivos negros. Esse número em si não revela discriminação, pois a pesquisa não cita qual a porcentagem de executivos negros que começaram a carreira em condição de igualdade com os colegas brancos. Para entender a realidade, é preciso buscar referências comparativas. [...]

"O preconceito remonta a 1888, ano da abolição da escravatura no Brasil, medida tardia que denuncia o atraso das elites políticas, e não apenas por só ter sido tomada até séculos depois de outras nações terem tornado sua prática um crime. A Suécia o fez em 1335. Os Estados Unidos, em 1865. E já em 1683 a Espanha tinha proibido a escravidão em colônias na América. O Brasil fez tarde e malfeito, pois livrou os escravos dos grilhões, mas não moveu uma palha para prepará-los para sua nova condição. Isso levou a maioria à miséria absoluta, seguida da dissolução moral, e, óbvio, atraiu sobre eles a carga de preconceito que só agora começa a ceder. Conclui o sociólogo Simon Schwartzman: “Os atuais dados da mobilidade dos negros são, afinal, um indicador de civilidade da sociedade brasileira”.

De acordo com o IBGE, há 14 milhões de negros no Brasil. A metade deles já pertence à classe média. Incorporada ao mercado consumidor com o vigor típico dos recém-chegados, a nova classe emergente negra investe e empreende. Os que agora chegam ao topo compõem uma força de trabalho qualificada e produtiva. “Tudo isso amplia o potencial de crescimento e de geração de bem-estar de todo o país”, diz o economista Maílson da Nóbrega. A primeira negra a se tornar desembargadora federal no Brasil, em 2004, a baiana Neuza Maria Alves, 59 anos, foi criada pela mãe, que trabalhava como empregada doméstica. Neuza conseguiu, à custa de muito estudo e sacrifício, diplomar-se em direito e passar no concurso para juíza. Mãe de três jovens, ela diz: “Sei que meus filhos estão em condições infinitamente melhores que as que eu tive para sonhar alto”. Bom para eles — e também para o país.