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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Manuel Bandeira

Mais uma sexta-feira e ...Essa semana irei postar sobre um dos autores que considero muito realista em escrever seus poemas e poesias : MANUEL BANDEIRA.

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu em Recife no dia 19 de Abril de 1886 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 13 de outubro de 1968 . Foi um poeta,crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.

Foi também um dos poetas nacionais mais admirados e inspirando, até hoje, desde novos escritores a compositores. Aliás, o "ritmo bandeiriano" merece estudos aprofundados de ensaístas. Por vezes inspira escritores não só em razão de sua temática, mas também devido ao estilo sóbrio de escrever.
Manuel Bandeira possui um estilo simples e direto, embora não compartilhe da dureza de poetas como João Cabral de Melo Neto, também pernambucano. Aliás, numa análise entre as obras de Bandeira e João Cabral, vê-se que este, ao contrário daquele, visa a purgar de sua obra o lirismo. Bandeira foi o mais lírico dos poetas. Aborda temáticas cotidianas e universais, às vezes com uma abordagem de "poema-piada", lidando com formas e inspiração que a tradição acadêmica considera vulgares. Mesmo assim, conhecedor da Literatura, utilizou-se, em temas cotidianos, de formas colhidas nas tradições clássicas e medievais.

Uma das poemas mais conhecidos de Manuel Bandeira é : 'O BICHO' , foi publicada em 27 de dezembro de 1947, no Rio de Janeiro.



O Bicho


Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.


O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.




(MANUEL BANDEIRA)



Deixo uma pergunta , será que esse 'bicho' existe em nosso país ou em países de primeiro mundo ? O que significa DESIGUALDADE SOCIAL?

Deixe sua participação aí nos comentários .


DICA DE LIVRO: 'ESTRELA DA MANHÃ'-, de Manuel Bandeira, é um poema representativo da literatura contemporânea. Avulta o tom erótico, denso e sugestivo, expondo um Bandeira viril e carnal. A mulher inatingível, difícil, até mesmo decadente, preenche, com seu corpo, a imaginação do poeta.

Espero que tenham gostado .



(Marcos Heloy)

Um comentário:

  1. Este soneto é mesmo um arrepio!!!
    Parabéns marcos pela escolha

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