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sábado, 16 de julho de 2011

Energia eólica no Brasil

"Rio de Janeiro- A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou que desde maio - quando o Brasil atingiu pela primeira vez 1 gigawatt por hora (GWh) de energia eólica – a geração só vem crescendo e atualmente os ventos estão produzindo 1,073 GWh. O volume se aproxima do potencial da Usina Angra 2 (que tem capacidade de 1,35 GWh), e pode abastecer uma cidade com 1,5 milhão de habitantes.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o aumento reflete a procura dos últimos anos por energia limpa , já que a força dos ventos é menos poluente que outras fontes. Isso fez com que os custos de geração, como a instalação e a compra de equipamentos diminuíssem, tornando a alternativa mais competitiva, segundo o diretor executivo da associação, Pedro Perrelli.
"A energia eólica não emite gás [do efeito estufa], não usa água doce nem para limpeza , nem para resfriamento, e a instalação de uma usina causa um impacto ambiental muito pequeno, que em dois ou três anos, é recuperado", disse. "Essas preocupações se refletiram no aumento da procura, que barateou os preços, como ocorre com produtos eletrônicos", completou.

Mapa do potencial eólico no Brasil

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estima que a comercialização de energia eólica nos leilões nos dois últimos anos, impulsionou o setor, que hoje é responsável por 1% da matriz energética brasileira. Segundo a EPE, as contratações fizeram com que a produção de energia gerada dos ventos saltasse de cerca de 30 megawatt por hora (MWh) para os atuais 1 GWh, entre 2005 e 2010.

Com a meta de ampliar ainda mais o percentual de fontes limpas na matriz, o governo aposta no crescimento do setor nos próximos dez anos. A meta do Plano Decenal de Expansão de Energia é que até 2020, quando o país deverá gerar cerca de 171 GWh, a participação da energia eólica na matriz suba para 7%, enquanto a oferta de energia hidráulica diminua de 76% para 67%.

Embora o preço da energia eólica vem se tornando mais competitivo ao longo dos anos, passando de uma média de R$ 160 para R$ 147 por MWh entre 2009 e 2010, o diretor da Abeeólica disse que, nos dias de hoje, a energia eólica só não é tão competitiva em termos de preço com o que é gerado nas hidrelétricas (R$ 95 por MWh). E defende que os sistemas sejam usados de forma complementar.

Principais projetos de energia eólica no Brasil

"É necessário [ter hidrelétricas] porque na época de mais chuva, é quando venta menos. E quando os rios estão mais vazios, é quando venta mais ", explicou Perreli. Porém, ressaltou que o impacto da instalação de uma usina eólica poder ser menor dentro de um terreno do que o de uma grande hidrelétrica, apontada também como fonte de energia limpa e renovável.

"Na área onde se explora o potencial eólico, a usina utiliza 3% da área, que não é desapropriada. Normalmente, é feito um contrato de aluguel com os donos, sejam índios, pescadores, quilombolas ou fazendeiros. Traz uma renda adicional que permite implementar o negócio", disse.

Como crescimento do setor, para que os preços se tornem ainda mais competitivos, a associação defende que seja investido mais em linhas de transmissão adequadas."

As informações são da Agência Brasil

domingo, 5 de junho de 2011

Por que grandes desastres climáticos estão mais frequentes?

"Especialistas dizem ser impossível, por enquanto, afirmar que o aquecimento global está por trás de eventos como as chuvas da Serra, as de abril de 2010 e 2011 no Rio, as enchentes devastadoras em São Paulo e as ressacas atípicas, como a que atingiu semana passada a orla carioca e de Niterói. Houve ainda chuvas torrenciais no Norte e no Nordeste. Foto: região serrana após as chuvas de 2011
Certeza mesmo há duas. A primeira é que as cidades, ao alterarem profundamente rios, encostas e solos e concentrarem populações contadas na casa dos milhões, geram seu próprio clima e risco. A segunda é que, por sermos muitos, e muitas vezes em lugares de risco, nossa vulnerabilidade nunca foi tão alta aos fenômenos climáticos.
Veja o que falam alguns especialistas :

- Não é surpresa que o Rio de Janeiro tenha sido castigado em dois anos seguidos por violentas chuvas de abril (6 de abril de 2010 e 25 de abril de 2011). Essas chuvas tendem a se tornar mais frequentes - explica Marcelo Seluchi, pesquisador do Centro de Precisão do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe (CPTEC).

Há dois componentes para o aumento dos desastres naturais no Brasil. Um é humano. Há mais gente, e é maior a população em áreas de risco. O outro é atmosférico. As cidades formam ilhas de calor, com um microclima mais instável.

- A diferença de temperatura (a mínima, principalmente) entre o Centro do Rio e a periferia pode chegar a 4 graus Celsius. Em São Paulo, isso também ocorre. É o fenômeno da ilha de calor - diz Seluchi.

Gilvan Sampaio, do CCST/Inpe, destaca que, nos últimos cinco anos, têm sido observadas mudanças na distribuição das chuvas ao longo do ano:

- Chove o mesmo volume no total, mas ele é mal distribuído. O resultado são tempestades violentas.

Especialista em tempestades, o meteorologista Ernani Nascimento, da Universidade Federal de Santa Maria, frisa:

- É indiscutível que os desastres estão mais frequentes, mas isso acontece porque estamos mais vulneráveis....Nascimento chama a atenção para o fato de, nos últimos anos, terem sido registrados no Atlântico, junto à costa do Brasil, fenômenos com características de ciclone tropical, como furacões. O mais famoso deles foi o Catarina, em 2004, classificado como o primeiro furacão brasileiro

- Não sabemos se eles já ocorriam e só agora são registrados, graças à melhora na tecnologia. Ou se são fenômenos novos. Sempre tivemos ciclones extratropicais. Mas ciclones tropicais têm ventos mais fortes e características diferentes e não existiam nessa parte do Atlântico - pondera Nascimento."

Fonte: oglobo.com /5/6/2011

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mar de Aral


Imagens mostram como estava o mar de Aral em 1973 (esq.), em 1999 (centro) e em 2009 (dir.)
Imagens feitas por satélites nos últimos 40 anos ajudam especialistas a entender as dramáticas mudanças no ambiente causadas pela ação do ser humano. Os registros mostram a seca de muitos corpos de águas ao redor do planeta, enquanto aumenta a demanda da humanidade pelos recursos hídricos. As informações são do Daily Mail.
Imagens registradas entre 1973 e 2009, por exemplo, registram o desaparecimento quase total do mar de Aral - que na verdade era um gigantesco lago de água salgada -, na Ásia Central, que tinha o tamanho da Irlanda e virou um grupo de lagos. Em abril, o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, disse que o Aral passava por "um dos maiores desastres ambientais do planeta".
O Aral, que fica entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, já foi o quarto maior lago do planeta. Contudo, desde os anos 60, ele perdeu mais da metade de seu volume. Os rios que alimenta o mar foram sobrecarregados por irrigações nas plantações de campos de algodão, ainda na época da União Soviética.
Além da falta de água, Aral sofre com poluição, que chegou a níveis perigosos. A destruição do lago também dizimou a indústria pesqueira local, causando desemprego e problemas econômicos para os moradores da região.
"Ultimamente, os desastres vistos no mar de Aral e nos pântanos são uma combinação dos efeitos do homem e do aumento da temperatura nessas regiões. (...) Não há uma grande mudança no volume de chuva nessas áreas, mas desde os anos 70 a temperatura subiu 1°C, o que aumenta as perdas devido à evaporação. (...) A poluição na área está ficando pior porque, enquanto a água evapora, poluentes na água ficam mais concentrados e menos diluídos", diz Benjamin Lloyd-Hughes, do Instituto Walker - instituição que pesquisa o sistema climático - e da Universidade de Reading, no Reino Unido, à reportagem.
Fonte : Portal Terra

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Aquífero Guarani -Reserva de Preocupação

Olha aí pessoal da 3ª série ! para ajudar a fazer o trabalho...

Que o Brasil e o país com maior quantidade de água doce do mundo é fato mas você já ouviu falar do Aquífero Guarani ?

Menos de 1% da água doce disponível no mundo provém de fontes renováveis. Uma parte considerável dessa porcentagem está sob os pés de brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios. Na região que engloba o centro-sul do Brasil, o nordeste argentino, o Uruguai e o Paraguai localiza-se o Aqüífero Guarani, um gigantesco manancial de bilhões de litros de águas subterrâneas ainda pouco aproveitado. Ainda não se sabe com exatidão quanto desses recursos pode ser explorado e de que forma, mas já há polêmica em relação ao assunto. Ambientalistas preocupam-se com a sustentabilidade do aqüífero e com a soberania em relação a ele, enquanto os recursos já estão sendo utilizados nos quatro países.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Ambiental e Agropecuária (Embrapa), a água ali contida é de excelente qualidade e suficiente para abastecer a atual população brasileira por 2.500 anos. É a maior reserva de água doce subterrânea do mundo. Sua área se estende por 1,15 milhão de quilômetros quadrados, sendo a maior parte (71%) localizada sob território brasileiro. Em seguida vem a Argentina, com 19%. Paraguai tem 6% das águas do manancial e Uruguai, 4%. No Brasil, ele atinge os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás
“O Aqüífero tem uma grande quantidade de água, mas não é essa maravilha toda. Números não significam muito. Ele não é um mar subterrâneo. Apesar de conexo, possui diferentes profundidades. É preciso analisar a viabilidade de uso e a capacidade de proteção do solo”, diz. Entre os estudos a serem feitos estão o custo de bombeamento, o impacto dessa ação no subsolo e a possibilidade de poluir a área. “Ao contrário de um rio, no Aqüífero, se poluir uma vez, os detritos ficarão lá para sempre" Paulo Canedo coordenador do Laboratório de Recursos Hídricos da Coppe-UFRJ

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente paulista, há mil poços apenas no estado de São Paulo. Para o governo paulista, a água subterrânea tem importante papel no abastecimento público de muitas cidades do estado . Muitos municipios paulistas são total ou parcialmente abastecidos por esse recurso hídrico, sendo Ribeirão Preto a única cidade de porte médio a ter todo seu consumo suprido pelo Aqüífero .Seu uso, no entanto, é questionado por Christian Caubet: “A cidade possui um consumo muito alto, que demanda muito do Aqüífero. É preciso rever esse padrão

A preocupação

A maioria dos poços que explora o Aqüífero Guarani foi feita justamente onde ele é protegido apenas pela rocha porosa de arenito. Por isso, esses poços necessitam de proteção permanente na sua entrada, para evitar a contaminação por água com dejetos de animais ou com esgoto doméstico. Para evitar contaminação futura, os poços têm de ser lacrados quando o cano se estraga, o que ocorre ao redor de 30 anos de uso.
Nas regiões agrícolas, há a preocupação com relação aos adubos químicos, herbicidas e pesticidas, que podem entrar pela rocha porosa e contaminar a água subterrânea.
Em maio de 2003 em Montevideu ,os presidentes dos quatro paises onde se localiza o aqüífero, assinaram um documento para monitorar e regulamentar a retirada da água. No Brasil, o órgão de acompanhamento do aqüífero é a Agência Nacional de Águas.
Segundo estudos as águas do Aquifero poderão ser usads ainda para:
Aquecimento -Em regiões onde o aqüífero é profundo, as fazendas poderão aproveitar a água naturalmente quente para combater geadas. Ou para reduzir o consumo de energia elétrica em chuveiros e aquecedores.
IrrigaçãoUsar água tão boa para regar plantas é um desperdício. Mas, segundo os geólogos, essa pode ser a única solução para lavoura em áreas em risco de desertificação, como o sul de Goiás e o oeste do Rio Grande do Sul.
AquedutoTransportar líquido a grandes distâncias é caro e acarreta perdas imensas por vazamento. Mas, para a cidade de São Paulo, que despeja 90% de seus esgotos nos rios, sem tratamento nenhum, o Guarani poderá, um dia, ser a única fonte.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O trabalho de Geólogo pelo geólogo Ivo Medina

Gostaríamos que o senhor nos falasse um pouco sobre a profissão de geólogo e de sua importância para a sociedade. Afinal quando se pergunta a um aluno no que deseja se formar , raramente se ouve a resposta geólogo.Hellen Barbosa Teixeira

" O conhecimento geológico está praticamente ausente na educação básica do Brasil. É raro existir como disciplina no ensino médio e fundamental brasileiro. A participação da geologia na educação brasileira ainda é muito limitada. Além disso, a divulgação dessa geociência na sociedade ainda está engatinhando. Na verdade, são poucos os geólogos interessados na divulgação de seus trabalhos e quando o fazem são restritos ao meio científico e acadêmico. Museus e exposições com temas geológicos são restritos. O Museu de Ciência da Terra, na Urca, é um dos poucos no Rio, e sua divulgação é mais ou menos recente.

Daí, a raridade de um aluno querer se formar em geologia, o que de certa forma explica a baixa relação entre candidato e vaga nos exames de vestibular para cursos de geologia.

O Brasil possui atualmente, alguns projetos de divulgação relacionados ao geoturismo – que pode ser definido como turismo ecológico com informações e curiosidades sobre atrativos geológicos (paisagens, monumentos naturais, cavernas, cachoeiras, etc). Dentre eles destaca-se o Projeto Caminhos Geológicos de iniciativa pioneira do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM – RJ) com o objetivo de divulgar o conhecimento geológico do estado por meio de painéis ou placas explicativas sobre a evolução geológica do local visitado. Já são mais de 70 painéis distribuídos em cerca de 25 municípios do Rio de Janeiro. Outros exemplos existem no Paraná, na Bahia (CPRM em parceria com a Petrobrás), Rio Grande do Norte.

A profissão do geólogo é muito importante na sociedade porque a inserção da geologia, tanto nas políticas públicas governamentais quanto na iniciativa privada contribui como melhoria da qualidade de vida das pessoas. O conhecimento geológico dos terrenos é fundamental para o aproveitamento de bens minerais metálicos e não metálicos para a indústria, agricultura, obras de engenharia; para o aproveitamento da água subterrânea através de estudos hidrogeológicos que permite conhecer a disponibilidade de água potável; na prevenção de desastres naturais ou induzidos pelo homem, incluindo riscos de deslizamentos nas encostas, e também, no conhecimento da fragilidade das áreas costeiras e fluviais; nas mudanças climáticas; no fornecimento de energia tradicional (hidrelétricas, energia nuclear, combustíveis fósseis como petróleo, carvão, gás natural) e alternativa; e no desenvolvimento do geoturismo e geoconservação do patrimônio geológico e paleontológico, que permite aos turistas conhecer e entender a geologia e a geomorfologia de um sítio geológico, além de estimular a sua conservação.

Outra área de atuação importante é a geologia ambiental que começa a ocupar um espaço importantíssimo na atuação profissional do geólogo e ter um papel significativo no mercado de trabalho. A geologia ambiental é o estudo da geologia aplicada ao meio ambiente, buscando investigar os problemas geológicos decorrentes da relação entre o homem e a superfície terrestre. Ela interage com a geografia, a biologia, a geomorfologia, a agronomia, a química, a medicina, dentre outras para definir as relações entre diversos meios que integram a paisagem. O estudo geoambiental é empregado como instrumento de gestão ambiental de empreendimentos como minerações, hidrelétricas, túneis, estradas, indústrias, aterros sanitários, planos diretores, oleodutos, gasodutos, linhas de transmissão e loteamentos."

Manguezais, especulação imobiliária e preservação ambiental / Ivo Medina

Agora o nosso geólogo fala de especulação imobiliária e preservação ambiental, imperdível ....

Pergunta :.É possível conciliar preservação das áreas de manguezais da região ( Barra da Tijuca) e especulação imobiliária?Janine Teixeira e Bruno Benneti

"Essa conciliação deveria ter começado há muito tempo junto com o começo da especulação imobiliária. Muitos problemas poderiam ter sido evitados se manguezais e margens de lagoas e rios não fossem ocupados. Grande parte dos solos e da drenagem da região já está contaminada por águas servidas, esgotos, lixo, materiais e substâncias tóxicas. Esses contaminantes infiltrados no solo, certamente já atingiram, em certos locais, a água subterrânea, além das águas superficiais – córregos riachos, rios, lagoas e até o mar.

As várzeas de rios e manguezais devem ficar livres de aterros e de edificações, pois fazem parte das bacias de acumulação indispensáveis ao equilíbrio ambiental, principalmente durante os períodos de chuvas e enchentes. A ocupação irregular ou a especulação imobiliária além de expor moradores aos efeitos das enchentes dificulta o desempenho de importantes funções ambientais físicas e biológicas dessas áreas."

Pergunta:Sendo o senhor um profissional bastante experiente e grande conhecedor das estruturas e dos terrenos de nossa cidade, que espaço ou forma de relevo, em especial, o senhor apontaria necessitar mais atenção, tanto por parte das autoridades como da população em geral, pois encontra-se mais ameaçado ou sofre maior agressão?Professora Cristina Ramos

"Os mangues, as margens de rios e lagoas, as encostas dos morros, as áreas preservadas como parques, reservas e outras de preservação ambiental protegidas por lei. São, em geral, áreas de grande fragilidade ambiental (geológica, geotécnica, biológica) sensíveis às modificações no seu entorno pelo uso e ocupação urbana. As condições geotécnicas desses terrenos limitam o uso desses solos que necessitam de processos de contenção, conservação e correção complexos, intensos e caros para garantir e prevenir a degradação das terras."

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Construções em áreas de risco /Ivo Medina

Mais uma pergunta ao geólogo ....

“ A ocupação da cidade tem sido desumana. Não param de surgir obras em locais de pouca estabilidade.”

“Ainda há tempo de corrigir falhas decorrentes das agressões que a nossa paisagem vem sofrendo pela ação do homem.” ( trechos do artigo Geologia Poética do Rio / Ivo Medina )

Já se passaram cerca de 15 anos, desde que o senhor escreveu este artigo. Que avaliação o senhor faz hoje? Mudou alguma coisa? Patrícia Gomes, Lais Souto e Denise Lima,

Resposta :"Mudou muito com o aumento da população, de moradias – edifícios e favelas, muitas vezes ocupando locais de pouca estabilidade. Existem locais mais seguros para a construção de casas. Outros, como muitas encostas de morros, não podem ser ocupados, mesmo tomando todos os cuidados, pois são considerados de risco.

Os acidentes em encostas, por exemplo, são provocados por hábitos do dia-a-dia e pela forma de ocupação que a população encontra para construir suas casas, principalmente em áreas consideradas de risco geológico.

Continuo dizendo que ainda há tempo para corrigir ou ao menos atenuar falhas resultantes das agressões humanas na nossa cidade. Precisa haver vontade política e iniciativa dos governantes e, sobretudo, uma boa escolha das equipes de trabalho."

No artigo o senhor aponta como soluções para conter as agressões nas encostas dos morros : desocupação das locais de pouca estabilidade, reflorestamento e obras de contenção. As medidas propostas naquela época ainda são eficientes? Se não, existem novas propostas? Urçula Alves ,Maria de Fátima , Renata santos e Tuany Letícia

Resposta : "Sim. Mas há outras. Desocupação em comunidades, mesmo em lugares de risco, muitas vezes é quase que impossível nos dias de hoje. Somente em locais de risco iminente consegue-se interditar, mesmo assim, há muita resistência dos moradores diante das remoções e, nem sempre alternativas razoáveis para mudanças são propostas. Os locais desocupados devem ser reflorestados.

Nos locais ocupados em áreas de terrenos ondulados (topografia acidentada), recomenda-se evitar cortar o terreno para retirar terra ou blocos de rocha. No caso de ter que fazer corte, evitar cortes verticais para construir a casa, principalmente se houver uma casa vizinha logo acima do terreno que se vai cortar.

Não construir muito perto do pé da encosta; não jogar lixo ou entulho sobre a encosta; não plantar bananeiras nas encostas porque elas favorecem a acumulação de água no solo e podem provocar deslizamentos; plantar árvores frutíferas, árvores pequenas e gramíneas perto das casas.

Além dessas medidas simples, é importante limitar fisicamente com muros as áreas de ocupação existentes nas encostas para evitar a sua expansão, que por sinal já vem invadindo, há algum tempo, reservas como o Parque Nacional da Tijuca. O Parque Nacional já está submetido a uma intensa pressão urbana pelo processo de favelização de suas encostas mais baixas. È um processo difícil de ser revertido, mas de grande importância para a melhoria da qualidade de vida carioca.

A proteção dessa área verde do Parque e de outras da cidade traz diversos benefícios ao município. A vegetação preservada protege as nascentes e evita deslizamentos de solo diante das chuvas intensas. Favorece, ainda, a sobrevivência de várias espécies animais, inclusive mamíferos de porte."

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Barra da Tijuca e as Olimpíadas de 2016/ Ivo Medina

Mais algumas respostas dadas pelo geólogo Ivo Medina a entrevista cedida aos nossos alunos do Vicente jannuzzi e a este espaço aqui na rede ....

A baixada de jacarepaguá que abriga os bairros de Barra, Recreio e Jacarepaguá , vem sofrendo ao longo dos últimos anos forte urbanização com conseqüências desastrosas para a paisagem local. Sabemos que a cidade olímpica assim como tantas outras obras esportivas ou de infraestrutura que serão construídas para o Rio de 2016 estarão concentradas neste lugar . O senhor acredita que a região, sob o ponto de vista geólogo, será capaz de suporta e assimilar mais esse impacto?

Aluna Cintia Cristina ( responsável pela seção de meio ambiente do salageo)

"A expansão imobiliária sobre a vegetação de restinga e de mangues, o precário sistema de saneamento, a ocupação tanto ordenada quanto desordenada já denotam uma grande falha no mecanismo da gestão ambiental, com ênfase para as áreas que deviam ser preservadas (por lei) como manguezais e margens de rios e lagoas. Todo esse ambiente, em parte sujeito à inundações, é considerado como de alta suscetibilidade à contaminação, principalmente por sistemas precários de saneamento. Os principais problemas ambientais que ocorrem nessa

faixa de terra estão relacionados ao desmatamento, destruição de dunas, para implantação de empreendimentos imobiliários com infra-estrutura quase sempre ineficiente, contaminação de rios, lagoas e do lençol freático geralmente pouco profundo.

Tudo isso aponta a necessidade urgente de quantificar e qualificar a intensidade dos impactos que ocorrerão a partir das obras que serão construídas através de um estudo sério e meticuloso de impacto ambiental com proposições de medidas, sobretudo preventivas para evitar ou ao menos atenuarem ao máximo os impactos decorrentes.

Deve-se ressaltar que tanto os mangues e os brejos, quanto os terrenos montanhosos devem ser destinados prioritariamente para a preservação ambiental."

Projeto da Vila Olímpica na Barra da Tijuca

Numa avaliação geral, o senhor considera positivo a realização das olimpíadas de 2016 em nossa cidade ?

Laisa Cavalcante e Thais Pereira

"Sim, desde que se elaborem estratégias e um bom planejamento calcado em diagnósticos e prognósticos ambientais envolvendo estudos do meio físico, biológico e socioeconômico. E, acima de tudo, que haja um gerenciamento honesto dos recursos a serem aplicados – recursos públicos e privados. As aplicações terão de ser transparentes e visíveis aos olhos da sociedade."

Continuação do projeto das Olimpíadas na Região da Barra e Recreio

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pedra da Gávea Uma excursão Ecológica a...

E finalmente no topo da pedra.... Com a palavra o geólogo Ivo Medina .
"Do alto dos seus 842m, a vista que se tem é magnífica. O PãodeAçúcar ao longe; a crista do morro Dois Irmãos cortado por enorme fratura formando os dosi picos; as escarpas de falha do corcovado; a lagoa Rodrigo de Freitas enclausurada pelas pequenas dunas de Ipanema e Leblom; as ilhas Cagarras e a ilha Rasa; vales profundos cobertos por florestas....

( foto com vista em direção ao norte) ...a praia da Barra da Tijuca separando com seus cordões arenosos a lagoa de Marapendi do mar; os terrenos de planícies , a baixada de jacarepaguá surgindo entre a montanha e o mar.

( foto com vista em direção sul) O clima-combinado com as diferentes composições mineralógicas e estruturas das rochas-deixa sua marca, desenhando o relevo e dando-lhes as feições atuais . A paisagem que conhecemos, é na verdade, o resultado de um grandioso trabalho escultural da natureza, que usou como ferramentas principais os agentes erosivos de corte, torneamento, polimento, remoção e acumulação. O material removido e transportado das partes mais altas, por gravidade e pelas águas, vai compor encostas íngremes e suaves e as partes baixas da planície estendendo-se até o litoral, contribui também com a formação das praias e dos manguezais .
O cenário visto da pedra da gávea é tão fascinante que qualquer descrição técnica e científica não alcança o que se sente. A emoção que a natureza nos transmite está bem além das palavras. "

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pedra da Gávea Uma excursão Ecológica a...

Então... já estamos quase no topo falta só mais um pouquinho . Continuando as explicações do nosso guia o geólogo Ivo Medina

" Água mole em pedra dura
A presença de fraturas( falhas e juntas ) contribui também para a pedra da Gávea ter essa forma atual...... As fraturas abrem o caminho das águas e definem os primeiros traços do relevo carioca. Através dessas fendas a umidade se concentra e inicia o processo de decomposição . Da para perceber os minerais virando argila, caulim e crosta de ferrugem. É assim que água "mole em pedra dura tanto bate até que fura".

As águas alargam as fraturas formando vales e acentuando encosta. Entre a pedra da Gávea e a pedra Bonita ocorre um vale de falha em forma de V( indicado com seta na foto) . Em tempos remotos elas faziam parte da mesma elevação. O granito que está no topo de uma é o mesmo do topo da outra .

As encostas da Gávea, expostas à insolação, às chuvas e a ação bioquímica dos liquens, foram recuando através de desplacamentos contínuos ao longo de fraturas quase verticais , até chegarem à forma conhecida dos paredões de hoje.
A Proteção da Floresta

A evolução das encostas dos morros em meio tropical úmido está ligado a desmoronamentos e deslizamentos, que são, em geral favorecidos pela ausência de vegetação. Esta dinâmica é natural e inevitável nos relevos montanhosos ....

A floresta reflete as características do solo e do clima da região..... A floresta da Tijuca, em sua composição rica e variada, com diferentes plantas atingindo diversos níveis de altura, pode ser considerada como uma valiosa reserva de fauna da Serra do Mar .....

No alto da montanha, a vegetação se apresenta totalmente descaracterizada, tomada por capim e algumas árvores leguminosas esparsas ...... "
Finalmnte chegamos ao topo da Pedra da gávea ! Não perca o nosso último capítulo numa próxima e breve postagem.... Esperamos vocês!!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pedra da Gávea Uma excursão Ecológica a...

Onde nós estavamos mesmo??
Ah! sim descansando nesta clareira conhecida como Praça da Bandeira e finalmente vamos saber porque a pedra tem este nome. O relato pode até,em parte,ser um tanto técnico mas vale a pena ouvir. Com a palavra, este nosso geólogo .... Ivo Medina
Um chapéu de Granito
"A pedra tem esse nome porque sua forma lembra aquela parte que ficava no alto dos mastros dos antigos galeões que servia para os marinheiros avistarem à distância . O topo é quase plano, ao contrário da maioria dos morros pontudos ou arredondados do Rio. Ela é formada por um dique de granito, quase horizontal, compondo o topo e por gnaiss atè a base.Essa rochas respondem de forma diferente aos agentes da erosão-água, vento, calor e frio e atividades biológicas-bastante eficiante no clima tropical úmido do Rio de Janeiro. O topo granítico,mais resistente às intempérias,protege o resto da montanha formada pelo gnaiss mais vulnerável. Pode-se dizer que é uma montanha de Gnaiss com um chapéu de Granito. As cavidades dos olhos e orelha ( vide foto logo aí abaixo no poste de 12/1/10 ) da " cabeça do Imperador" foram formadas pela erosão que atuou com mais rigor em zonas de fraqueza do gnaiss, próxima ao contato com o granito. A chuva, agente erosivo de destaque, vai continuar a trabalhar nessas reentrâncias enquanto perdurar o clima úmido da região. A tendência dos olhos é virar uma caverna com marquise, à semelhança do que ocorre com a orelha, que vem servindo como abrigo aos montanhistas."

domingo, 13 de junho de 2010

Floresta da Tijuca ...a história do seu reflorestamento



O salageo abre um parêntese na Nossa Excursão Ecológica a pedra da Gávea para falar mais um pouco da história e do repovoamento da floresta da tijuca .

O plantio do café foi introduzido no Rio de Janeiro, em 1760, e logo despontou como uma atividade econômica promissora.O café encontrou na província do Rio de Janeiro e principalmente nas áreas mais elevadas dos morros cobertas com florestas, o ambiente apropriado para o seu plantio pois precisava de solos que não fossem nem secos nem encharcados e de temperaturas um pouco mais anemas ( O coffea Arábica tem sua origem nas regiões do planalto tropical da Etiópia/ África ) . Nesta época existia ainda, a crença de que o café deveria ser plantado em "mata virgem". A cafeicultura se espalhou então rapidamente por grande parte do Maciço da Tijuca causando forte desmatamento, o que trouxe consequencias desastrosas para o abastecimento de águas da cidade.

Acima a esquerda , um óleo sobre tela da região da Tijuca pintado em torno de 1820 por Nicolas Antoine Taunay. Ao lado a esquerda, outro óleo sobre tela do mesmo artista retratando a cascatinha da Tijuca. Do lado direito, o mesmo lugar hoje, foco de intensa visitação turística.

"O plantio do café foi associado a uma redução da disponibilidade de água, mudando inclusive o regime de chuvas generalizado pelo Rio de Janeiro. A cidade foi atingida por secas severas nos anos de 1824, 1829, 1833 e 1843, entremeadas com algumas estiagens menos graves.Foi no ano de 1843 que o problema periódico da falta d’água atingiu proporções críticas na cidade, fazendo com que o governo passasse a tomar medidas de preservação dos mananciais. Em 1844, o Ministério do Império, que administrava a cidade do Rio de Janeiro, finalmente deu início ao adiado processo de avaliar terras particulares das montanhas próximas. Entre 1845 e 1848 o governo imperial iniciara um programa emergencial de replantio de árvores na Tijuca ... As desapropriações só começaram em 1855. O governo imperial adquiriu um pequeno número de propriedades estrategicamente localizadas junto aos mananciais e altos cursos dos rios Carioca, Maracanã e Comprido. .... Em 1861, o Imperador D. Pedro II nomeia o major Manuel Archer como "Administrador da floresta dando início ao processo de restauração florestal. O major usava, mudas de plantas ao contrário de sementes ou árvores já crescidas. Em 1867, o Governo Imperial adquiriu mais propriedades de terras, ampliando a área potencial do projeto de reflorestamento .... Em 1873, o major Archer assina o relatório final do "Serviço Florestal da Tijuca que estabelece o número de 61.852 mudas plantadas em sua gestão. Mas existem suposições de que ele tenha plantado 20% a mais, e que o número de 72 mil mudas plantadas seja uma estimativa razoável".

fonte: www.revistacafeicultura.com.br/

O reflorestamento foi uma iniciativa pioneira em toda a América Latina.

Portanto durante treze anos o major Archer, trabalhando inicialmente com 6 escravos e posteriormente com com 22 trabalhadores assalariados , plantou cerca de 100 mil mudas ( há uma divergência quanto ao numero exato de mudas plantadas) de espécies nativas retiradas das fazendas vizinhas nas Paineiras, em Jacarepagua ou das matas virgens da região de Guaratiba junto ao litoral oeste da cidade.

Hoje, a Floresta da Tijuca ocupa uma área de 3.200 hectares encravada bem no centro da cidade do Rio de Janeiro. Um lugar procurado por turistas de todas as partes do mundo , ideal para passeios e prática esportivas. Apresenta uma exuberante mata (faz parte da Mata Atlãntica ) , trilhas, cachoeiras, grutas e picos. Foi criada em 1861 e integra o Parque Nacional da Tijuca,com a Serra da Carioca e o Maciço da Gávea.

Ruínas de uma antiga fazenda de café em meio a floresta na porção da região da pedra da Gávea , testemunhas dos velhos tempos da cafeicultura no local.

sábado, 12 de junho de 2010

Pedra da Gávea Uma Excursão Ecológica a...

Repovoamento da floresta / Ivo Medina geólogo
Continuando nossa caminhada...
" Próximo ás cristas pedregosas e de difícil acesso, ainda pode-se encontrar trechos remanescentes da Mata Atlântica, com árvores da época do descobrimento como a paineira e o jacarandá. Esses sítios eram considerados inaproveitáveis para o plantio de café e outras culturas que, a partir do início do seculo passado ( século XIX),foram ocupando os espaços das matas derrubadas .
Com decorrência do desmatamento, ocorreu uma grande crise no abastecimento de água para a população da cidade. Isso fez com que o governo de D. Pedro II, a partir de 1860 , providenciasse a recuperação da grande área devastada através de um reflorestamento artificial, para proteger os mananciais que estavam secando.
A regeneração natural das espécies que ainda restaram e as que foram replantadas foi possível devido ao regime especial de proteção que se seguiu ao repovoamemto da floresta. Floresta essa de composição rica e variada, caracterizada por vegetais lenhosos de grande porte, palmeiras, samambaias, epífitas e bromélias. Aliás , a pedra da Gávea é um reduto de bromélias endêmicas como a Vrísea Brassicoides, a Tillandisia Brachyphilla e a Tillandisia Sucrei. Outra bromélia notável é a Pitcairnia Flammea, de flores vermelhas( ilustração acima), cuja exuberância chama a atenção dos agentes polinizadores -que, no momento de observação era um beija-flor-que são atraídos pelo aspecto visual bastante contrastante com a vegetação em entorno. Mais adiante, a Praça da bandeira( foto acima a esquerda) , é parada obrigatória. Bem em cima de uma crista abaulada do morro( parte da montanha da Gávea), a praça é uma clareira quase plana de uns poucos metros quadrados, eventualmente utilizada como área de camping. dali se avista a pedra Bonita, a pedra da Agulha e a" Cabeça do Imperador", de frente, esculpida no paredão da pedra da Gávea . "( foto a direita )



Você sabe porque a pedra da Gávea tem este nome?
Aguarde o proximo capítulo , a qualquer momento, e você vai descobrir....
Próximo capitulo : Um chapéu de Granito

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pedra da Gávea Uma excursão Ecológica a...

E aí galera, curtindo a subida? Tá fácil né? Por enquanto.....
Preparados? Então continuando a excursão, com a palavra, o nosso narrador o Geólogo Ivo Medina ....
"A trilha que leva à pedra da Gávea começa no encontro da estradinha de pedra com uma pequena cascata. A picada, cada vez mais íngreme, segue por terrenos cobertos por inúmeros galhos e lianas.O sol atravessa com dificuldade a peneira das folhas, deixando manchas amarelas no chão.
Pedras no caminho
Da metade da subida em diante, blocos de pedras e um sem número de raízes compõem verdadeiros degraus para os caminhantes .As raízes das árvores penetram nas camadas mais endurecidas da encosta, aumentando a aderência do solo e assegurando uma certa estabilidade. Surgem paredões sombrios e úmidos revestidos em parte por avencas, bromélias, samambaias e musgos. Algumas árvores abrigam orquídeas claras. Pequenos riachos cortam o caminho com água boa de beber.
No terço superior da caminhada, a trilha é formada por blocos de pedra angulosos de tamanhos variados . São fragmentos de rochas que se despregaram do grande rochedo fraturado que é a pedra da gávea e, através de desmoronamentos, rolaram e deslizaram por gravidade até formarem, no pé do paredão depositos de tálus. Esse material, removido das partes mais altas e acumulado nesse trecho, compõe encostas íngremes e cobertas de vegetação de todo tipo. O ambiente superúmido facilita a decomposição desses blocos e propicia a formação de um solo raso , jovem formado junto da rocha mãe(solo litólico), mas suficiente para deixar desenvolver grandes árvores enraizadas na pouca quantidade de terra e intervalo das rochas .

Talus:- material incoerente e heterogêneo que se acumula nas encostas e em seus pés, provenientes de material intemperizado e deslocado pela ação da gravidade. Normalmente um talus é composto de inúmeros blocos de rocha, normalmente angulosos ou arredondados devido ao fenômemo da esfoliação esferoidal, imersos numa massa de argila e outros minerais de granulometria bem menor que a dos blocos. Eventualmente grandes blocos, de muitos metros de tamanho, podem também ser encontrados nestes depósitos. Fonte : enciclopedia livre de geociencias na web

Lianas (ou cipós) pertencem a um grupo de plantas que germinam no solo, mantêm-se enraizadas no solo durante toda sua vida e necessitam de um suporte para manterem-se eretas e crescerem em direção a luz abundante disponível sobre as copas das arvores das florestas . As lianas são trepadeiras lenhosas . Fonte Wikipédia


Ufa ! vamos dar uma paradinha para tomar fôlego e conversar um pouquinho?
Você sabia que a floresta da tijuca não é original ? Isto é ela foi em grande parte reflorestada no século XIX ?
Não??!!!
Então não perca o próximo capìtulo da nossa excursão O Repovoamento da floresta!
Se liga aí , não vai perder né?

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mês de janeiro, Salageo e a Pedra da Gávea

O salageo, como de costume, durante o recesso escolar, publica matérias ligadas à passeios e dá dicas de onde ir e o que ver fora e dentro da cidade com pouco dinheiro no bolso .

Pra começar janeiro com pé direito que tal uma Excursão ecológica a Pedra da Gávea ?



" A Geomorfologia bastante interessante deste bonito recanto do Rio de Janeiro , aliada a uma vegetação densa e luxuriante que cobre as encostas e os vales no entorno da pedra, motivou a produção do programa Globo Ecologia -da rede globo de televisão a realizar uma excursão ecológica à pedra da Gávea...."



Portanto...calce um bom par de tenis, aranje tempo e disposição e venha acompanhar este delicioso passeio, que será editado em" capítulos" e que tem como narrador o geólogo Ivo Medina , o mesmo autor do artigo Geologia Poética do Rio publicado em25/11/09 e que fez tanto sucesso aqui no salageo .



Uma Excursão ecológica à Pedra da Gávea

Antônio Ivo de Menezes Medina / Geólogo

Artigo publicado em A terra em Revista/ número 3 / julho de 1997



" Monumento natural de mais de 800 metros de altitude, a pedra da Gávea é parte do Maciço da Tijuca, situado nos limites do Parque Nacional da Tijuca . Localizada entre as praias da Barra da Tijuca e São Conrado....

.... a Pedra da Gávea forma um anteparo aos ventos úmidos do litoral e determina a retenção de nuvens de chuvas nas partes mais altas, ocasionando índices pluviométricos elevados. Esta umidade constante e a proximidade do mar favorecem a presença de sal e iodo no ar, propiciando um tipo de microclima que torna possível a existência de um ecossistema peculiar enriquecido por espécies vegetais endêmicas . "

A subida começa na estrada Solimã, um canto pouco conhecido da Barra da Tijuca
. o caminho inicial é feito sobre pedras irregulares de uma pequena estrada construída por escravos que trabalhavam em antigas fazendas da região. Este calçamento secular, parcialmente revestido de musgo, encontra-se em bom estado de conservação. O acesso por aqui é relativamente fácil e agradável, sempre coberto por sombras das árvores. No começo domima a "maria-sem-vergonha", uma florzinha avermelhada da família das Balsamináceas, que se espalha pelos dois lados do caminho. O pessoal....cruzam apenas com borboletas e escutam alguns passarinhos escondidos no meio dos galhos e folhas . Adiante se avista um Arapaçu- muito parecido com um pica-pau- subindo e descendo pelo tronco de uma árvore à procura de insetos . Uma família de saguis vem espiar os excursionistas e vai embora saltando pelas copas das árvores ....."





Continua numa próxima e breve postagem..... Esperamos vocês.