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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morre José Saramago

Apesar de hoje não ser dia do salageoliterária a coluna do Marcos Hely, o salageo abre espaço para homenagear um dos maiores escritorores portugueses de todos os tempos e vencedor do premio Nobel da literatura de 1998.
José de Sousa Saramago nasceu no dia 16 de novembro de 1922, na aldeia portuguesa de Azinhaga, província de Ribatejo. Filho de camponeses , cético e pessimista contumaz, levantou sua voz por inúmeras vezes contra as injustiças, a Igreja e os grandes poderes econômicos, que ele via como grandes doenças de seu tempo.

"Estamos afundados na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista, ou é estúpido, ou insensível ou milionário", disse o escritor em dezembro de 2008, durante apresentação em Madri de "As Pequenas Memórias", obra em que recorda sua infância entre os cinco e 14 anos.


Em 2008, a obra "Ensaio sobre a Cegueira" (1995) foi transformada em filme pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles. O longa teve Julianne Moore e Mark Ruffalo como protagonistas.

Trechos selecionados de vários livros

Por causa e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o mais horrendo e cruel.”

“Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia"

“Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.”

“Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.”

“É ainda possível chorar sobre as páginas de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido.”

José saramago morre hoje aos 87 anos e o salageo está sem palavras ......

A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o viajante se sentou na areia da praia e disse: ‘Não há mais que ver’, sabia que não era assim. O fim duma viagem é apenas o começo doutra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já.” Viagem a Portugal José Saramago

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O Salageoliterária dessa semana , postará um dos melhores escritores brasileiros : AUGUSTO CURY

Augusto Jorge Cury (Colina, 2 de outubro de 1958) é médico, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor, principalmente, de auto-ajuda brasileiro. Desenvolveu a teoria da inteligência multifocal, sobre o funcionamento da mente, o processo de construção do pensamento e formação de pensadores. Seus livros já venderam mais de 11 milhões de exemplares somente no Brasil, e são publicados em mais de 50 países. Foi considerado pelo Jornal Folha de São Paulo o autor brasileiro mais lido da década.[1]

É pesquisador na área de qualidade de vida e desenvolvimento da inteligência, abordando a natureza, a construção e a dinâmica da emoção e dos pensamentos.

OBSERVE O EXCELENTE TEXTO DO POETA : ''FILHOS BRILHANTES E ALUNOS FASCINANTES''


FILHOS BRILHANTES ALUNOS FASCINANTES

Bons filhos conhecem o prefácio da história de seus pais Filhos brilhantes vão muito mais longe, conhecem os capítulos mais importantes das suas vidas.

Bons jovens se preparam para o sucesso. Jovens brilhantes se preparam para as derrotas. Eles sabem que a vida é um contrato de risco e que não há caminhos sem acidentes.

Bons jóvens têm sonhos ou disciplina. Jovens brilhantes têm sonhos e disciplina. Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas, que nunca transformam seus sonhos em realidade, e disciplina sem sonhos produz servos, pessoas que executam ordens, que fazem tudo automaticamente e sem pensar.

Bons alunos escondem certas intenções, mas alunos fascinantes são transparentes. Eles sabem que quem não é fiel à sua consciência tem uma dívida impagável consigo mesmo. Não querem, como alguns políticos, o sucesso a qualquer preço. Só querem o sucesso conquistado com suor, inteligência e transparência. Pois sabem que é melhor a verdade que dói do que a mentira que produz falso alívio. A grandeza de um ser humano não está no quanto ele sabe mas no quanto ele tem consciência que não sabe.

O destino não é frequentemente inevitável, mas uma questão de escolha. Quem faz escolha, escreve sua própria história, constrói seus próprios caminhos.

Os sonhos não determinam o lugar onde vocês vão chegar, mas produzem a força necessária para tirá-los do lugar em que vocês estão. Sonhem com as estrelas para que vocês possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar pelo menos nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações. Bons alunos aprendem a matemática numérica, alunos fascinantes vão além, aprendem a matemática da emoção, que não tem conta exata e que rompe a regra da lógica. Nessa matemática você só aprende a multiplicar quando aprende a dividir, só consegue ganhar quando aprende a perder, só consegue receber, quando aprende a se doar.

Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia vai além, aprende com os erros dos outros, pois é uma grande observadora.

Procurem um grande amor na vida e cultivem-no. Pois, sem amor, a vida se torna um rio sem nascente, um mar sem ondas, uma história sem aventura! Mas, nunca esqueçam, em primeiro lugar tenham um caso de amor consigo mesmos.

Augusto Cury

quarta-feira, 2 de junho de 2010




Um dos principais literatos do modernismo no Brasil, José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo no ano de 1890 e viveu até 1954, ano de seu falecimento.

Em 1916 deu inicio ao livro Memórias Sentimentais de João de Miramar. Em 1917 conheceu Mario de Andrade e a partir de então, passaram a trabalhar juntos iniciando movimentos que visavam a Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreu em 1922.

Ainda no ano de 1922, o escritor modernista Oswald de Andrade escreveu o romance Trilogia do Exílio. A partir de então, escreveu outras obras: Estrela de Absinto, A Escada Vermelha, Primeiro Caderno do Aluno de Poesia, etc.

No ano de 1924, Oswald lançou na Europa o movimento nativista Pau-Brasil. Para dar continuidade a este movimento, ele fundou, em 1927, a Revista de Antropologia com seu Manifesto Antropofágico.

Com A Crise da Filosofia Messiânica, ele passou a ser livre Docente de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo.

Além dos livros escritos por ele, Oswald de Andrade foi o precursor de perspectivas totalmente inexploradas pelo teatro brasileiro.

PRINCIPAIS OBRAS:

Romances
Os Condenados (1922), Memórias Sentimentais de João Miramar (1924), Estrela de Absinto (1927), Serafim Ponte Grande (1933), A Escada Vermelha (1934), Os Condenados (l941) - reunindo os livros de 1922,1927 e 1934, constituindo a Trilogia do Exílio, Marco Zero I - Revolução Melancólica (1943), Marco Zero II - Chão (1946).

Poesia
Pau-Brasil (1925), Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade (1927), Poesias Reunidas (1945).



CURIOSIDADE DA CIDADE DE SÃO PAULO

O Teatro Municipal de São Paulo é um dos mais importantes teatros de cidade e um dos cartões postais da capital paulista, tanto por seu estilo arquitetônico semelhante ao dos mais importantes teatros do mundo, e claramente inspirado na Ópera de Paris, como pela sua importância histórica, por ter sido o palco da Semana de Arte Moderna de 1922, o marco inicial do Modernismo no Brasil. Foi construído para atender o desejo da burguesia paulista da época, que enriquecida pelo café queria que a cidade estivesse à altura dos grande centros culturais da época, assim como promover aópera e o concerto. Abriga atualmente a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Orquestra Experimental de Repertório, Coral Lírico, o Coral Paulistano e o Ballet da cidade de São Paulo.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Cora Coralina -1889 - 1985

Cora Coralina, poetisa brasileira, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu em Goiás.

Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

OBSERVE UM BONITO POEMA DA POETISA CORA CORALINA

DAS PEDRAS

Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida...
Quebrando pedras
e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos.

CURIOSIDADE DA CIDADE DE GOIÁS
Uma curiosidade histórica a respeito desta cidade, é que durante seis anos, de 1736 a 1742 ela foi a capital do estado de São Paulo (acredito que somente em São Paulo encontra documento provando isto) Naquela época toda aquela região pertencia ao Estado de São Paulo e seu governador (a denominação na época era Capitão General) estava em viagem pelo interior em cumprimento de uma ordenação de D. João V, e adoeceu ao chegar em Goiás Velho, o então arraial de S’antana.

A carta régia de 11 de fevereiro de 1736 determinara ao governador da Capitania de São Paulo, conde de Sarzedas, D. Luiz Mascarenhas, a fundação da Vila. Entretanto, devido a sua morte, somente em 25 de julho de 1739 é que foi cumprida esta ordenação de D. João V, e ocorreu à instalação da vila, à qual se denominou de Vila Boa, em consideração a Bartolomeu Bueno, seu fundador e descobridor das minas, conservando, para perpetuar a memória dos seus primitivos habitantes, o cognome de Goiás”.


Os escritos de Cora falam de sua cidade natal, de si mesma, sobre educação e também sobre questões humanitárias. Falam-nos tanto de sua contemporaneidade quanto de épocas que antecederam a ela e sobre as quais lhe chegaram relatos.

Clima

O Estado de Goiás possui clima predominante tropical semi-úmido, suas características se apresentam em duas estações distintas, uma de seca (maio a setembro) e outra chuvosa (outubro a abril).

A temperatura média anual do Estado pode variar em 18º e 23ºC, dessa forma, as temperaturas mais elevadas ocorrem nos meses de setembro e outubro e podem atingir até 39°C, e as mais baixas temperaturas se apresentam entre os meses de maio e julho, nesse as temperaturas chegam a atingir, em determinadas regiões, 4ºC.

sexta-feira, 19 de março de 2010






Durante este ano de 2010 o conteúdo do 3o. ano na disciplina GEOGRAFIA é 'BRASIL' , por isso o SALAGEOLITERARIA apresentará poemas/poesias de grandes autores que falam de nosso CLIMA , RELEVO , HIDROGRAFIA , PAISAGENS ETC.. , APRESENTAREMOS TAMBÉM SOBRE A VIDA DO AUTOR E O MOTIVO DESSE TER FEITO DETERMINADO POEMA/POESIA .
E ALGUMAS CURIOSIDADES DE NOSSO PAÍS!
ESPERO QUE GOSTEM!



Canção do exílio



Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(GONÇALVES DIAS)

SOBRE O AUTOR: Nascido em Caxias (Maranhão), era filho de uma união não oficializada entre um comerciante português com uma mestiça cafuza brasileira (o que muito o orgulhava de ter o sangue das três raças formadoras do povo brasileiro: branca, indígena e negra), e estudou inicialmente por um ano com o professor José Joaquim de Abreu, quando começou a trabalhar como caixeiro e a tratar da escrituração da loja de seu pai, que veio a falecer em 1837.

CURIOSIDADES DA CIDADE NATAL DO AUTOR GONÇALVES DIAS : SÃO LUÍS DO MARANHÃO

São Luís é um município brasileiro, capital do estado do Maranhão, fundada no dia 8 de setembro de 1612. Localiza-se na ilha Upaon-Açu (denominação dada pelos índios Tupinambás significando "Ilha Grande"), no Atlântico Sul, entre as baías de São Marcos e São José de Ribamar.É rica em manifestações culturais, como: o Bumba-Meu-Boi,Tambor de Crioula,Cacuriá,Dança Portuguesa,Quadrilhas Juninas,Reggae e outras. Possui o maior conjunto arquitetônico de azulejos portugueses da América Latina. Possui uma vasta área de praias salgadas

sexta-feira, 13 de novembro de 2009



Essa semana no nosso SALAGEOLITERÁRIA , postarei um dos poetas mais consagrados da Literatura Portuguesa : FERNANDO PESSOA


Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.

É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo"[1].

Por ter crescido na África do Sul, para onde se mudou aos sete anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa foi alfabetizado em Inglês. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.


DICA DE LEITURA: AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009


A PARTIR DE AGORA IREI POSTAR NO SALAGEOLITERARIA, AUTORES PORTUGUESES , COMEÇAREI ESSA SEMANA COM UM DOS MELHORES POETAS PORTUGUESES : LUIS VAZ DE CAMÕES.


Poeta português. As informações sobre a sua biografia são relativamente escassas e pouco seguras, apoiando-se num número limitado de documentos e breves referências dos seus contemporâneos. A própria data do seu nascimento, assim como o local, é incerta, tendo sido deduzida a partir de uma Carta de Perdão real de 1553. A sua família teria ascendência galega, embora se tenha fixado em Portugal séculos antes. Pensa-se que estudou em Coimbra, mas não se conserva qualquer registo seu nos arquivos universitários.

Na poesia lírica, constituída por redondilhas, sonetos, canções, odes, oitavas, tercetos, sextinas, elegias e éclogas, Camões conciliou a tradição renascentista (sob forte influência de Petrarca, no soneto) com alguns aspectos maneiristas. Noutras composições, aproveitou elementos da tradição lírica nacional, numa linha que vinha já dos trovadores e da poesia palaciana, como por exemplo nas redondilhas «Descalça vai para a fonte» (dedicadas a Lianor), «Perdigão perdeu a pena», ou «Aquela cativa» (que dedicou a uma sua escrava negra). É no tom pessoal que conferiu às tendências de inspiração italiana e na renovação da lírica mais tradicional que reside parte do seu génio.


DICAS DE LEITURA:

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

sexta-feira, 23 de outubro de 2009


Essa semana postarei uma das melhores poetisas de origem Ucraniana , mas com nacionalidade BRASILEIRA: CLARICE LISPECTOR


Clarice Lispector, nascida Haia Lispector (Chechelnyk, 10 de dezembro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977) foi uma escritora brasileira, nascida na Ucrânia. Autora de linha introspectiva, buscava exprimir, através de seus textos, as agruras e antinomias do ser. Suas obras caracterizam-se pela exacerbação do momento interior e intensa ruptura com o enredo factual, a ponto de a própria subjetividade entrar em crise.

De origem judaica, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. A família de Clarice sofreu a perseguição aos judeus, durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921. Seu nascimento ocorreu em Chechelnyk, enquanto percorriam várias aldeias da Ucrânia, antes da viagem de emigração ao continente americano. Chegou no Brasil quando tinha dois meses de idade.[1]

A família chegou a Maceió em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin. Por iniciativa de seu pai, à exceção de Tania – irmã, todos mudaram de nome: o pai passou a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia – irmã, Elisa; e Haia, Clarice. Pedro passou a trabalhar com Rabin, já um próspero comerciante.[1]

Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife, onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche.

Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance A Hora da Estrela com câncer inoperável no ovário, diagnóstico desconhecido por ela.[carece de fontes?] Faleceu no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57° aniversário. Foi inumada no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro.


LEITURA:

Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

Clarice Lispector

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Olavo Bilac (Rio de Janeiro RJ, 1865-1918) começou os cursos de Medicina, no Rio, e Direito, em São Paulo, mas não chegou a concluir nenhuma das faculdades. Em 1884 seu soneto Nero foi publicado na Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro. Em 1887 iniciou carreira de jornalista literário e, em 1888, teve publicado seu primeiro livro, Poesias. Nos anos seguintes, publicaria crônicas, conferências literárias, discursos, livros infantis e didáticos, entre outros. Republicano e nacionalista, escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano Peixoto. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Em 1907, foi o primeiro a ser eleito “príncipe dos poetas brasileiros”, pela revista Fon-Fon. De 1915 a 1917, fez campanha cívica nacional pelo serviço militar obrigatório e pela instrução primária. Destaca-se em sua obra poética o livro póstumo Tarde (1919). Parte das crônicas que escreveu em mais de 20 anos de jornalismo está reunida em livros, entre os quais Vossa Insolência (1996). Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos. No entanto, para o crítico João Adolfo Hansen, "o mestre do passado, do livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo mestre do presente, do jornal, a cronicar assuntos cotidianos do Rio, prontinho para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro para os morros".

A expressão "Última flor do Lácio, inculta e bela" é o primeiro verso de um famoso poema de Olavo Bilac, poeta brasileiro que viveu no período de 1865 a 1918. Esse verso é usado para designar o nosso idioma: a última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim. O termo inculta fica por conta de todos aqueles que a maltratam (falando e escrevendo errado), mas que continua a ser bela.


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009



Casimiro José Marques de Abreu (Barra de São João, 4 de janeiro de 1839 — Nova Friburgo, 18 de outubro de 1860) foi um poeta brasileiro da segunda geração romântica.


Filho de um abastado comerciante e fazendeiro português, e de Luísa Joaquina das Neves, uma fazendeira viúva. A localidade onde nasceu, Barra de São João, é hoje distrito do município que leva seu nome, e também chamada "Casimirana", em sua homenagem. Recebeu apenas a instrução primária no Instituto Freeze, dos onze aos treze anos,em Nova Friburgo, então cidade de maior porte da região serrana do estado do Rio de Janeiro, e para onde convergiam, à época, os adolescentes induzidos pelos pais a se aplicarem aos estudos.

Aos treze anos transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar com o pai no comércio. Com ele, embarcou para Portugal em 1853, onde entrou em contato com o meio intelectual e escreveu a maior parte de sua obra. O seu sentimento nativista e as saudades da família escreve: "estando a minha casa à hora da refeição, pareceu-me escutar risadas infantis da minha mana pequena. As lágrimas brotavam e fiz os primeiros versos de minha vida, que teve o título de Ave Maria".

Em Lisboa, foi representado seu drama Camões e o Jau em 1856, que foi publicado logo depois.

Em 1857 retornou ao Brasil para trabalhar no armazém de seu pai. Isso, no entanto, não o afastou da vida boêmia. Escreveu para alguns jornais e fez amizade com Machado de Assis. Escolhido para a recém fundada Academia Brasileira de Letras, tornou-se patrono da cadeira número seis.

Tuberculoso, retirou-se para a fazenda de seu pai, Indaiaçu, hoje sede do município que recebeu o nome do poeta, onde inutilmente buscou uma recuperação do estado de saúde, vindo ali a falecer. Foi sepultado conforme desejo onde nasceu, estando sua lápide no cemitério da secular Capela de São João Batista, em Barra de São João, junto ao túmulo do pai. Em 1859 editou as suas poesias reunidas sob o título de Primaveras.

Espontâneo e ingênuo, de linguagem simples, tornou-se um dos poetas mais populares do Romantismo no Brasil. Deixou uma obra cujos temas abordavam a casa paterna, a saudade da terra natal e o amor (mas este tratado sem a complexidade e a profundidade tão caras a outros poetas românticos).

A localidade de Barra de São João passou a se chamar "Casimiro de Abreu" em sua homenagem.



Meus Oito anos


Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias de minha infância
Oh! meu céu de primavera!
Que doce à vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
- Pés descalços, braços nus -.
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores -,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Estou mais uma vez aqui postanto sobre um grande autor nordestino : JOSÉ LINS DO REGO

José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em 1901, no Estado da Paraíba, e morreu em 1957 na cidade do Rio de Janeiro.
Viveu a maior parte de sua vida em Recife, cidade onde se formou em Direito. A partir de 1936, passou a viver na cidade do Rio de Janeiro.
O dia a dia e os costumes tanto de Pernambuco quanto do Rio de Janeiro eram evidentes em suas obras literárias.
Ele deu início ao conhecido Ciclo da Cana-de-Açúcar com a obra: Menino de Engenho. Além deste livro, este notável escritor escreveu outros livros, como: Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo e Usina. Este último possui narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos e nas plantações de cana-de-açúcar do Nordeste.
Em sua segunda fase, José Lins do Rego escreveu romances que tinham como tema a vida rural. Deste período, fazem parte as seguintes obras: Pureza, Pedra Bonita, Riacho Doce e Agua Mãe.
No ano de 1943 publicou o livro Fogo Morto, considerado a sua obra-prima; posteriormente escreveu Euridice, Cangaceiros, alguns ensaios, crônicas e outras obras.
Este notável escritor foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras e teve suas obras traduzidas para diferentes idiomas, entre eles, o russo. Antes de morrer, escreveu um livro de memórias chamado: Meus Verdes Anos.

Principais obras de José Lins do Rego

- Menino de engenho (1932)
"Meu avô me levava sempre em suas visitas de corregedor às terras de seu engenho. Ia ver de perto os seus moradores, dar uma visita de senhor nos seus campos. O velho José Paulino gostava de percorrer a sua propriedade, de andá-la canto por canto, entrar pelas suas matas, olhar as suas nascentes, saber das precisões de seu povo, dar os seus gritos de chefe, ouvir queixas e implantar a ordem. Andávamos muito nessas suas visitas de patriarca."

- Doidinho (1933)
- Bangüê (1934)
- O Moleque Ricardo (1935)
- Usina (1936)
- Pureza (1937)
- Pedra bonita (1938)
- Riacho doce (1939)
- Fogo morto (1943)
"Chegou a abolição e os negros do Santa Fé se foram para os outros engenhos. Ficara somente com seu Lula o boleeiro Macário, que tinha paixão pelo ofício. Até as negras da cozinha ganharam o mundo. E o Santa Fé ficou com os partidos no mato, com o negro Deodato sem gosto para o eito, para a moagem que se aproximava. Só a muito custo apareceram trabalhadores para os serviços do campo. Onde encontrar mestre de açúcar, caldeireiros, purgador? O Santa Rosa acudiu o Santa Fé nas dificuldades, e seu Lula pôde tirar a sua safra pequena. O povo cercava os negros libertos para ouvir histórias de torturas. Fazia-se romance com os sofrimentos das vítimas de Deodato. Quando o carro do capitão Lula de Holanda passava, corria gente para ver o monstro, todo bem-vestido, com a família cheia de luxo, que ia para a missa. Um jornal da Paraíba falara em crimes da escravidão e nomeava o Santa Fé, o Itapuá, como de senhores algozes.”
- Eurídice (1947)
- Cangaceiros (1953)
- Gordos e magros (1942)
- Poesia e vida (1945)
- Homens, seres e coisas (1952)
- A casa e o homem (1954)
- Meus verdes anos (1956)
- O vulcão e a fonte (1958)
- Dias idos e vividos (1981)



Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo (AL), em 1892 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1953. Fez os primeiros estudos no interior de Alagoas e tentou o jornalismo no Rio de Janeiro. Regressou a Palmeira dos Índios (AL), cidade da qual foi prefeito, em 1928, renunciando ao cargo dois anos depois e passando a dirigir a Imprensa Oficial do Estado. Em 1933, foi nomeado Diretor da Instrução Pública. Por suspeita de ligação com o comunismo, foi demitido e preso em 1936. Remetido ao Rio de Janeiro, permaneceu encarcerado na Ilha Grande, onde escreveu Memórias do cárcere. Em 1945, aderiu ao Partido Comunista Brasileiro.

OBRAS

Romance: Caetés(1933); São Bernardo(1936); Vidas secas(1938).
Conto: Insônia(1947).
Memórias: Infância(1945); Memórias do cárcere(1953); Linhas tortas(1962); Viventes das lagoas(1962). As duas últimas obras foram publicadas postumamente.
Literatura infantil: Histórias de Alexandre(1944); Histórias incompletas(1946).

DICAS DE LIVRO: VIDAS SECAS

O livro retrata a vida de pessoas que vivem no sertão brasileiro e o sacrifício delas para sobreviver. Tendo como tema a luta pela sobrevivência diante do flagelo da estiagem, o autor traz em seus personagens muito da alma nordestina nos traços de Fabiano e sua família.



'Fabiano é uma pessoa que se ligou de maneira visceral ao meio. Ele se orgulha de sobreviver à Seca e de fazer parte de uma paisagem que só admite os mais resistentes: ora exalta-se com secreta satisfação: ”Fabiano, você é um homem”; ora, se reconhece como a um animal: “Você é um bicho, Fabiano”, e o orgulho logo passa para a dúvida - quando pensa ser uma coisa da fazenda, um traste que possui apenas as perneiras, o gibão, o guarda-peito e o sapato de couro cru que, ao ser demitido, seria do vaqueiro que o substituísse.

Vaqueiro, rude, curto das ideias, sem instrução e sem capacidade de entendimento, Fabiano não tem planos e vive a procura de trabalho. Bebe muito e perde dinheiro no jogo. Sua auto-imagem varia de acordo com a situação e seu ânimo diante da dificuldade: quando se reconhece um homem e sente orgulho, Fabiano é a afirmação do indivíduo que se sobrepõe às dificuldades. Quando se reconhece um animal, ganha relevância o ser impessoal de existência desumana. Ao avistar Baleia – num momento de comunhão, envolvido na tragédia de pertencer à mesma realidade do animal, Fabiano conclui: “Você é um bicho, Baleia”.

Fabiano tenta, mas não consegue se comunicar. Como os animais, a família de Fabiano praticamente não tinha linguagem. Contando apenas com o instinto de sobrevivência, ele – um cabra vermelho, curtido pelo sol, é vencido por um soldado raquítico que desafia-o para uma partida de baralho. Humilhado, Fabiano chega a ser preso e não consegue se defender: a fragilidade de linguagem impede a possibilidade de divulgar a injustiça que sofrera e ele lamenta viver como um bicho, sem ter frequentado a escola.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Essa semana postarei um dos poetas mais famosos dentre todos os que eu havia postado nas outras semanas : MACHADO DE ASSIS.
Joaquim Maria Machado de Assis, foi cronista, contador de histórias, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta. Nasceu em 21 de Junho de 1839 na cidade do Rio de Janeiro. Filho de um operário mestiço, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis. Perde a sua mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública. Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês.
Sua obra divide-se em duas fases, uma Romântica e outra Parnasianismo, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão, fazem com que se afaste de seus contemporâneos.

DICAS DE LIVRO : MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, HELENA E DOM CASMURRO.
POEMA: BONS AMIGOS.

BONS AMIGOS
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
'Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!


Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade
Ter amigos é a melhor cumplicidade!


Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

Espero que tenham gostado .


(MARCOS HELOY)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Manuel Bandeira

Mais uma sexta-feira e ...Essa semana irei postar sobre um dos autores que considero muito realista em escrever seus poemas e poesias : MANUEL BANDEIRA.

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu em Recife no dia 19 de Abril de 1886 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 13 de outubro de 1968 . Foi um poeta,crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.

Foi também um dos poetas nacionais mais admirados e inspirando, até hoje, desde novos escritores a compositores. Aliás, o "ritmo bandeiriano" merece estudos aprofundados de ensaístas. Por vezes inspira escritores não só em razão de sua temática, mas também devido ao estilo sóbrio de escrever.
Manuel Bandeira possui um estilo simples e direto, embora não compartilhe da dureza de poetas como João Cabral de Melo Neto, também pernambucano. Aliás, numa análise entre as obras de Bandeira e João Cabral, vê-se que este, ao contrário daquele, visa a purgar de sua obra o lirismo. Bandeira foi o mais lírico dos poetas. Aborda temáticas cotidianas e universais, às vezes com uma abordagem de "poema-piada", lidando com formas e inspiração que a tradição acadêmica considera vulgares. Mesmo assim, conhecedor da Literatura, utilizou-se, em temas cotidianos, de formas colhidas nas tradições clássicas e medievais.

Uma das poemas mais conhecidos de Manuel Bandeira é : 'O BICHO' , foi publicada em 27 de dezembro de 1947, no Rio de Janeiro.



O Bicho


Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.


O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.




(MANUEL BANDEIRA)



Deixo uma pergunta , será que esse 'bicho' existe em nosso país ou em países de primeiro mundo ? O que significa DESIGUALDADE SOCIAL?

Deixe sua participação aí nos comentários .


DICA DE LIVRO: 'ESTRELA DA MANHÃ'-, de Manuel Bandeira, é um poema representativo da literatura contemporânea. Avulta o tom erótico, denso e sugestivo, expondo um Bandeira viril e carnal. A mulher inatingível, difícil, até mesmo decadente, preenche, com seu corpo, a imaginação do poeta.

Espero que tenham gostado .



(Marcos Heloy)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Cecília Meireles

Essa semana irei postar uma coluna sobre uma poetisa de nossa literatura portuguesa, excelente : CECÍLIA MEIRELES
Poetisa brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 7 de janeiro de 1901. Em 1910, concluiu o curso primário e, sete anos depois diplomou-se professora primária e passou a desenvolver intensa atividade como educadora. Estudou também línguas, canto, violino. Aos dezoitos anos lançou o livro de poemas Espectros, pelo qual recebeu elogios da crítica especializada. Em 1934 organizou a primeira biblioteca infantil do país. Em 1935 foi nomeada professora de Literatura Luso-brasileira e, depois, de Técnica e Crítica Literária na Universidade do então Distrito Federal.






Um dos poemas mais conhecidos dessa fantástica poetisa é : "PUS O MEU SONHO NUM NAVIO' , Vejamos então...
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
(Cecília Meireles)

A indicação de um livro da poetisa é : FLOR DE POEMAS
Espero que tenham gostado , um abraço
Marcos Heloy

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Vinícius de Morais - O poetinha

Essa semana postarei um dos poetas mais consagrados de nossa literatura brasileira e MpB : VINICIUS DE MORAES

Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro , 19 de outubro de 1913 — RIo de Janeiro, 9 de julho de 1980 ) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.
Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos . Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida.
Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden POWELL e Carlos Lyra.


Colocarei duas citações , das mais importantes frases dele , um soneto , uma indicação de livro e uma outra indicação de leitura .
"A gente não faz amigos, reconhece-os. "
"Amar, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido."


SONETO DE FIDELIDADE
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

INDICAÇÃO DE LIVROS : Livro de Sonetos (1975) - Os sonetos desse livro, publicado pela primeira vez em 1967, foram escritos ao longo de trinta anos, a partir do início da década de 30. Apesar do vasto espaço de tempo que os separa, eles guardam uma semelhança que vai muito além da submissão ao formato clássico: para Vinicius de Moraes, os sonetos eram uma via de acesso ao sublime, mesmo quando essa elevação se processava por meio da linguagem prosaica do cotidiano aparentemente banal.
INDICAÇÃO DE LEITURA : PARA VIVER UM GRANDE AMOR

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DE SABER SOBRE A HISTÓRIA DESSE FABULOSO POETA.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

SalaGeoLiterária

O SalaGeo a partir de hoje, e sempre as sextas -feiras, tem a honra de apresentar a coluna salageoLiterária . Com a palavra do aluno Marcos Heroy da turma 2006 que assina esta coluna com o objetivo de mostrar a todas as pessoas que visitam este espaço um pouco de literatura brasileira.

Olá pessoal ,para quem não conhece ainda apresento a vida de um dos poetas mais importantes e consagrados de nossa literatura:Carlos Drummond de Andrade foi um poeta brasileiro (1902 - 1987), também cronista, contista e tradutor. Entre suas obras de maior destaque, Alguma poesia, Sentimento do mundo e A rosa do povo.

O livro indicado desta semana é " A rosa do povo "



Foi escrito entre os anos de 1943 e 1945. É o mais longo de seus livros de poemas . O próprio título do poema já traz uma simbologia: uma rosa nasce para o povo, será a poesia para o coletivo? Para tentar saber, vale a pena ler o poema "A flor e a náusea".
Nessa época, o mundo vivia os horrores da segunda guerra mundial , e Drummond, que nunca fora alheio a questões ideológicas ou humanas, aos sofrimentos ou à dor na cidade ou no campo, escreveu nesse livro (ao lado de outros diversos temas) sua indignação e tristeza melancólica com o mundo, com a violência e com a necessidade de se ter uma ideologia.



Se você se interressou pelo assunto e gostaria de conhecer um pouco mais este nosso grande e ilustre poeta já falecido, entre no link a seguir: