A velocidade e a intensidade das mudanças no sistema climático da Terra, principalmente nas últimas décadas, desenham um cenário preocupante, e têm sido motivo de pesquisas dos cientistas, de adoção de med
idas severas dos órgãos ambientais, e de negociações entre os líderes mundiais, para restringir a emissão de gases poluentes. Devido ao modelo de desenvolvimento
baseado na queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral, os gases causadores do efeito estufa, principalmente dióxido de carbono, têm sido lançados na atmosfera em quantidades cada vez maiores, afetando o clima do Planeta de forma imprevisível.As consequências para o meio ambiente e para toda a humanidade poderão ser catastróficas, como a diminuição da cobertura vegetal, o descongelamento de geleiras e calotas polares, secas cada vez mais prolongadas, aumento da freqüência e intensidade de eventos climáticos extremos, como enchentes, furacões e tempestades, entre outros.Até meados de 1980, a poluição atmosférica urbana era atribuída basicamente às emissões industriais, e as ações dos órgãos ambientais visavam ao controle das emissões dessas fontes. Com o rápido crescimento da frota veicular, verificou-se a enorme contribuição dessa fonte na degradação da qualidade do ar, principalmente nas regiões metropolitanas do país.Visando a redução gradativa da parcela de contribuição das emissões de poluentes de origem veícular, várias medidas já foram tomadas pelas montadoras (uso de injeção eletrônica e catalisador) e pelas fornecedoras de combustível (retirada do chumbo da gasolina e menor teor de enxofre no diesel).No Estado do Rio de Janeiro a qualidade do ar é tratada desde 1967, quando foram instaladas as primeiras estações de monitoramento. Desde então, várias ações foram desenvolvidas e implementadas: eliminação dos incineradores domésticos, substituição do combustível usado nas padarias e em indústrias, controle, inclusive com a desativação, de várias pedreiras situadas na Região Metropolitana, restrição de passagem de veículos pesados nos túneis da cidade, entre outras. Para controlar a poluição veicular e assegurar que os veículos sejam mantidos regulados, foi criado em 1997, um Programa de Inspeção e Manutenção dos Veículos em uso, para medir os gases poluentes emitidos pelos veículos automotores por ocasião de sua vistoria anual.
O Estado do Rio de Janeiro apresenta duas áreas críticas em termos de poluição do ar e, portanto, consideradas prioritárias com relação a ações de controle: a Região Metropolitana e a Região do Médio Paraíba. O interior do Estado é caracterizado por problemas específicos e pontuais.
Região Metropolitana:
Na Região Metropolitana encontra-se a segunda maior concentração de população, de veículos, de indústrias e de fontes emissoras de poluentes do país, gerando sérios problemas de poluição do ar.
Os maciços da Tijuca e da Pedra Branca, paralelos à orla marítima, atuam como barreira física aos ventos predominantes do mar, não permitindo a ventilação adequada das áreas situadas mais para o interior.
No período de maio a setembro, devido à atuação dos sistemas de alta pressão que dominam a região, ocorrem com freqüência situações de estagnação atmosférica e elevados índices de poluição.
Além desses fatores, deve ser considerado ainda que a região está sujeita às características do clima tropical, com intensa radiação solar e temperaturas elevadas, favorecendo os processos fotoquímicos e outras reações na atmosfera, com geração de poluentes secundários
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Região do Médio Paraíba :
É grande a importância econômica desta região para o desenvolvimento do Estado e do país, principalmente quando se enfoca a atividade industrial concentrada no eixo de Resende, Barra Mansa e Volta Redonda, ao longo da Via Dutra, eixo viário que interliga as duas maiores metrópoles brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo.
Os problemas ambientais relacionados à poluição do ar se devem, basicamente, ao porte, tipo e localização das atividades industriais implantadas na região. Todo o parque industrial está situado no vale por onde corre o rio Paraíba do Sul, área que está sujeita, principalmente no período de inverno, a condições de grande estabilidade atmosférica, ventilação deficiente, inversões de temperatura e ausência de chuvas, ocasião em que a região sofre com os elevados índices de poluição do ar.
Região do Norte Fluminense:
A economia da Região Norte está baseada no setor primário. Na baixada de Campos, a monocultura canavieira emprega a totalidade da mão-de-obra rural local; a zona de influência da cana se estende basicamente pelos municípios de Campos e São João da Barra.
A agroindústria açucareira é, portanto, a principal atividade industrial da área. Das dez usinas existentes no Estado, oito localizam-se nessa região, sendo que cinco concentram-se no município de Campos, que participa de 72% da produção global. Também nesse município temos a atuação da Petrobrás na bacia petrolífera de Campos. A poluição do ar decorrente da produção do açúcar e do álcool é agravada pela queima dos canaviais na época da colheita da cana, prática que gera altas emissões de partículas e gases, elevando consideravelmente os níveis de poluentes no ar da região.